A Five Credit fez uma análise sobre “5 tendências no financiamento a PME em Portugal em 2025”.
No final de 2024, o montante total de empréstimos concedidos a PME pelo sistema bancário superava os 56,6 mil milhões de euros, o que corresponde a cerca de 80% do total de crédito concedido pelo setor financeiro às empresas, revela a plataforma de financiamento 100% digital que tem como objetivo financiar o tecido empresarial português, com foco nas pequenas e médias empresas.
“O acesso ao financiamento é uma das principais condições para que as PME possam inovar, crescer e internacionalizar-se. Em Portugal, a banca tradicional é a principal fonte de financiamento empresarial, apesar de existirem barreiras consideráveis, e processos burocráticos demorados. As instituições de crédito e sociedades financeiras são a contraparte em 75% dos financiamentos obtidos pelas PME, excluindo os financiamentos intra-grupo”, refere a Five Credit.
Com base na evolução do mercado financeiro e nas necessidades das PME, a Five Credit traçou as seguintes cinco tendências principais para o financiamento das empresas em Portugal.
Durante a pandemia de Covid-19, foram criadas várias linhas de crédito emergenciais para apoiar as PME em dificuldades. Em junho de 2024 o montante ainda em dívida destes financiamentos totalizava 3.260 milhões de euros, ou seja, 3,6% dos empréstimos concedidos a empresas em Portugal.
Este montante é um desafio para as empresas em 2025 e 2026, que necessitam de amortizar e/ou refinanciar as linhas já sem garantia do Estado.
Por outro lado, as barreiras no acesso ao crédito bancário têm impulsionado o crescimento de alternativas como os Fundos de Crédito e as soluções de peer-to-peer lending e de crowdfunding.
Em 2025, espera-se que este segmento mantenha a tendência de crescimento a dois dígitos na União Europeia, incluindo em Portugal, defende a Five Credit.
No mercado português, surgiu o primeiro fundo de crédito dedicado ao financiamento das PME, permitindo o financiamento rápido através de plataformas digitais, a que se juntam plataformas que fazem a ligação entre investidores privados e empresas.
As fintechs também têm introduzido processos mais ágeis e desmaterializados, o que permite reduzir custos e acelerar os processos. Esses avanços tornam o financiamento mais acessível para empresas que enfrentam dificuldades no mercado tradicional.
Por sua vez o capital de risco e os investidores privados desempenham um papel cada vez mais relevante no ecossistema de financiamento das PME em Portugal. Estes instrumentos têm permitido o crescimento e a modernização de PME’s, oferecendo não apenas recursos financeiros, mas também suporte estratégico, diz a plataforma.
Em 2023, o valor total dos investimentos sob gestão das sociedades de capital de cresceu 29% para 9.254 milhões de euros, com uma parte importante a estar alocado a PME. Além disso, family offices e business angels têm-se destacado no financiamento de empresas em estágios iniciais. Nesse mesmo ano, as aquisições (investimento) por parte das sociedades gestoras totalizaram 1 792 operações e atingiram um valor total de 2.130 milhões de euros, crescendo 36,3% face aos1.583 milhões de euros em 2022).
Depois surge a transformação digital que está a remodelar o acesso ao financiamento para as PME em Portugal, trazendo maior agilidade, transparência e eficiência aos processos. Ferramentas como inteligência artificial (IA), blockchain e plataformas online permitem que empresas acedam ao financiamento de forma mais rápida e com menores custos administrativos.
Segundo a Estratégia Nacional Digital, 54 % das PME portuguesas alcançam um nível básico de intensidade digital, tendo sido estabelecido o objetivo de que, até 2030, no mínimo, 90% das PME possuam, pelo menos, um nível básico de intensidade digital.
Por fim, o foco em práticas sustentáveis está a ganhar força no financiamento empresarial, com uma crescente ênfase em critérios ESG (ambientais, sociais e de governança). Para as PME, a adoção de práticas sustentáveis pode não apenas melhorar a sua reputação, mas também facilitar o acesso a financiamentos em condições mais vantajosas.
Em 2024, o stock de dívida com critérios ESG aumentou 27,9% em Portugal, para 13,8 mil milhões de euros, segundo dados do Banco de Portugal. Já em fevereiro de 2025, o stock de títulos de dívida ESG em Portugal totalizava 14,2 mil milhões de euros, mantendo a tendência de crescimento acelerada.
Apenas 15% das PME portuguesas publicam relatórios com informação de sustentabilidade.
Segundo a análise da plataforma, nos últimos anos, o financiamento a PME através de instrumentos alternativos, especialmente instrumentos de capital ganhou espaço, em parte impulsionado pela necessidade de diversificação de fontes de financiamento após a crise económica de 2008. Para além do financiamento bancário, surgiram iniciativas como as Linhas de Crédito Bonificado, os fundos de investimento, as plataformas de financiamento coletivo e os fundos de crédito. Nos últimos 15 anos, o peso do crédito bancário no financiamento dos ativos das PME diminuiu de 25% em 2009 para 12% em junho de 2024, sendo o capital próprio a principal fonte de financiamento das empresas.
As Pequenas e Médias Empresas (PME) representam o pilar fundamental da economia portuguesa, desempenhando um papel decisivo na criação de emprego, geração de riqueza e dinamização das exportações, começa por defender a Five Credit.
A Five Credit cita os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes a 2023, as PME constituem 99,9% do tecido empresarial em Portugal, um dado que evidencia a sua preponderância no cenário económico do país.
No que diz respeito ao valor acrescentado bruto (VAB), estas empresas são responsáveis por cerca de 59,5% do total nacional, o que demonstra a sua relevância na criação de riqueza. O emprego gerado pelas PME é também significativo, abrangendo 77,1% da força de trabalho portuguesa.
As PME são também responsáveis por 68,5% dos investimentos em ativos fixos tangíveis, biológicos e propriedades de investimento.
Estes números reforçam que as PME são essenciais não apenas para o crescimento económico, mas também para a coesão social.
O número de empresas nas classificações de micro, de pequena e de média empresa cresceram 5%, em cada uma das classificações, demonstrando o crescimento do tecido económico.
O número de PME de elevado crescimento, ou seja, com um crescimento médio anual superior a 10% ao longo de um período de três anos (sendo o crescimento medido em termos do número de pessoas ao serviço remuneradas), aumentou 23,2% em 2023.
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