O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa ligeira o crescimento da economia portuguesa este ano e prevê agora uma expansão de 1,7%. As estimativas sobre o desempenho da economia nacional da instituição liderada por Christine Lagarde alinham agora com as da Comissão Europeia e do Banco de Portugal.
Nas últimas projeções em novembro, o FMI antecipava um crescimento económico de 1,8% este ano, mas no “World Economic Outlook” (WEO), divulgado esta quinta-feira, reviu em uma décima a estimativa. Já para o próximo ano, antecipa um abrandamento para 1,5%.
As projeções da instituição de Bretton Woods convergem com as recentes estimativas do Banco de Portugal. No “Boletim Económico”, publicado a 28 de março, o regulador estima que a economia portuguesa deverá continuar a crescer até 2021, mas a um ritmo ligeiramente inferior ao registado nos últimos anos. A instituição liderada por Carlos Costa reviu em baixa ligeira o crescimento do PIB para este ano, estimando uma expansão de 1,7%, com um menor peso das exportações.
Também a Comissão Europeia cortou ligeiramente as previsões de crescimento da economia portuguesa para este ano. No “Winter 2019 Economic Forecast”, publicado em fevereiro, Bruxelas projeta uma desaceleração do crescimento do PIB para 1,7%, abaixo dos 1,8% das previsões de outono.
Apenas o Conselho de Finanças Públicas tem um cenário mais pessimista, antecipando uma expansão de 1,6%, menos três décimas do que na análise de setembro. Já a OCDE continua a ser a organização com a previsão mais otimista e antecipa um crescimento de 2,1%.
As projeções fixam-se abaixo da meta de crescimento de 2,2% inscrita no Orçamento do Estado para 2019 (OE2019). Em 2018, crescimento da economia portuguesa desacelerou para 2,1%, o que compara em baixa com os 2,8% registados no ano anterior e em entrevista, à SIC, no final do mês passado, o ministro das Finanças não descartou rever as estimativas,
Ressalvando que a economia mundial vive “momentos de grande incerteza”, tendo em conta o impacto do Brexit e das guerras comerciais, Mário Centeno admitiu que o crescimento poderá ser de 1,9 a 2,1%.
A economia portuguesa deverá continuar ainda assim a crescer acima da média da zona euro. No WEO, o FMI cortou as projeções para o crescimento económico médio dos 19 países da moeda única para 1,3% e que compara com os 1,6% do relatório de janeiro. Enquanto para o próximo ano, antecipa uma expansão de 1,5%.
Défice da balança corrente deverá ser de 0,4% do PIB
O FMI projeta ainda um défice da balança corrente de 0,4% do PIB este ano, que compara com os -0,6% em 2018, ano em que terminou a tendência de excedente externo das contas correntes registado desde 2013. Em 2020, o défice deverá agravar-se para 0,5%.
Já sobre o mercado de trabalho em Portugal, o WEO antecipa que a taxa de desemprego se fixe em 6,8% este ano, abaixo dos 7,1% do ano passado. Para o próximo ano, a instituição liderada por Christine Lagarde estima que a trajetória descendente se mantenha, caindo a taxa de desemprego para 6,3%.
Relativamente à inflação, o FMI estima uma variação de preços de 1% este ano, antecipando um acelerar para 1,7% em 2020.
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