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FMI aprova desembolso e nova linha de financiamento para Cabo Verde

A transferência de uma tranche de aproximadamente 6,3 milhões de dólares (5,92 milhões de euros), no âmbito da Linha de Crédito Alargado (ECF, sigla inglesa) celebrada em junho de 2022, deverá ser considerada pelo conselho executivo “nas próximas semanas”, referiu Justin Tyson, líder da equipa, em conferência de imprensa, na Praia.
2 Novembro 2023, 16h16

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou hoje a aprovação da terceira avaliação do plano de assistência a Cabo Verde, permitindo o desembolso de uma tranche de aproximadamente 6,3 milhões de dólares (5,92 milhões de euros).

A transferência no âmbito da Linha de Crédito Alargado (ECF, sigla inglesa) celebrada em junho de 2022 deverá ser considerada pelo conselho executivo “nas próximas semanas”, referiu Justin Tyson, líder da equipa, em conferência de imprensa, na Praia.

O programa ECF, a 36 meses, prevê um total de 60 milhões de dólares (55 milhões de euros).

“Apesar do desafiante cenário global, a economia de Cabo Verde recuperou de forma robusta em 2021 e 2022, deverá crescer 4,5% em 2023 e as projeções de curto prazo são favoráveis”, acrescentou, melhorando em 0,1 pontos percentuais as últimas projeções, apesar de várias incertezas no panorama global.

Do lado das vulnerabilidades, o FMI referiu que, apesar da “tendência decrescente, o rácio da dívida pública sobre o Produto Interno Bruto (PIB) ainda se encontra em níveis pré-pandemia”.

Nas últimas projeções, o fundo prevê que o rácio desça de 127,3% em 2022 para 113,1% este ano e para 109,7% em 2024.

“No médio prazo, serão importantes os esforços no sentido de aumentar as receitas internas e melhorar a eficiência do investimento público”, acrescentou o chefe de equipa do FMI, notando que, para já, “as metas orçamentais ao abrigo do programa foram alcançadas e as autoridades estão em vias de superar as metas estabelecidas para final de 2023 em termos de receitas tributárias e saldo primário”.

Sobre possíveis riscos para a economia de Cabo Verde, o FMI refere, tal como em avaliações anteriores, que estes podem advir de uma procura mais fraca nos grandes mercados turísticos e de choques de preços externos.

Há também riscos orçamentais se não se concretizarem reformas nas empresas estatais e consolidação orçamental.

O FMI aponta ainda como “um sério risco a médio prazo” os efeitos das alterações climáticas, “como ficou evidenciado na seca dos últimos anos”, referiu Justin Tyson.

Para investir nessa área, Cabo Verde recebeu hoje “luz verde” para aceder ao Fundo de Resiliência e Sustentabilidade do FMI (RSF, na sigla inglesa), que deverá acrescentar 31,69 milhões de dólares (29,81 milhões de euros) ao apoio concessional atribuído pela instituição ao país.

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