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FMI: Cada mês de quarentena retira 3% do PIB aos países europeus

O impacto económico da Covid-19 na Europa “vai ser severo”, alerta o Fundo que “defende que todos os países devem responder agressivamente a esta crise”.
Bogdan Cristel/Reuters
31 Março 2020, 10h41

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está pessimista em relação à economia para este ano, devido ao impacto negativo da crise provocada pelo novo coronavírus (Covid-19).

“A Covid-19 atingiu a Europa com grande ferocidade. Apesar de não sabermos quanto tempo a crise vai durar, sabemos que o impacto económico vai ser severo”, segundo uma análise feita pelo diretor do Departamento Europeu do FMI, Poul Thomsen.

“Nas maiores economias europeias, os serviços não essenciais encerrados pelos governos correspondem a cerca de um terço da produção. Isto significa que cada mês que estes setores permanecem fechados traduzem-se numa queda de 3% no PIB anual, e isso é antes de ter em conta outras disrupções e derrames ao resto da economia”, de acordo com o responsável, apontando, ainda assim, que “uma recessão profunda na Europa este ano é uma conclusão precipitada”.

Com um PIB anual de 212 mil milhões de euros em 2019, 3% do PIB português correspondem a 6,35 mil milhões de euros.

O antigo chefe de missão do FMI em Portugal escreve que na Europa “os sistemas de segurança social geralmente fortes e o modelo de mercado social vão facilitar a assistência a empresas e famílias, mas não devem existir dúvidas sobre a complexidade desta matéria: estes sistemas não foram construídas para corresponder às procuras da magnitude que os decisores políticos enfrentam agora na Europa”.

Poul Thomsen defende que “todos os países devem responder agressivamente a esta crise, de uma forma que seja audaz e ajustada à sua escala. Se houve uma altura para usar as almofadas existentes e as políticas, é agora”.

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