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FMI continuará a apoiar Cabo Verde na implementação de reformas

“A economia já recuperou de forma sólida, a taxa de crescimento encontra-se na ordem dos 5,5% e a taxa de inflação está controlada. Naturalmente, que muito mais é necessário fazer”, disse Tao Zhang.
16 Maio 2019, 11h45

O vice-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Tao Zhang, reiterou na Cidade da Praia, o compromisso da organização de continuar a apoiar os esforços de Cabo Verde na implementação das reformas, visando um crescimento inclusivo e sustentável.

Tao Zhang, que falava esta quarta-feira em conferência de imprensa conjunta com o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças cabo-verdiano, Olavo Correia, no quadro da visita de três dias que efectua a Cabo Verde, disse que graças à implementação de reformas, a economia do país tem passado por um “crescimento robusto”, com inflação baixa e uma posição externa forte.

Contudo, salientou que Cabo Verde precisa agora de “almofadas” suficientes que possam reforçar aquilo que, na sua perspectiva, são bons indicadores económicos, comparando com outros países da região.

“O governo tem de conseguir ultrapassar novos desafios para conduzir a economia para novos níveis. A economia já recuperou de forma sólida, a taxa de crescimento encontra-se na ordem dos 5,5% e a taxa de inflação está controlada. Naturalmente, que muito mais é necessário fazer, não só em termos de reformas estruturais, como também em termos de fazer tudo para garantir um desenvolvimento económico sustentável e inclusivo”, sustentou.

O vice-diretor do FMI falou concretamente de garantir a proteção dos mais vulneráveis com vista a reduzir ainda mais a pobreza. Neste sentido, enalteceu o compromisso das autoridades cabo-verdianas em continuar com o programa das reformas de finanças públicas, e reformas a nível do sector empresarial do Estado e com vista a melhorar o ambiente de negócios do país e manifestou todo apoio do FMI.

“Todas essas medidas são muito positivas e, no FMI, comprometemos também a continuara a trabalhar juntamente com o país neste empreendimento. Estou satisfeito com o facto de mantermos um bom relacionamento com o país e com as autoridades e estou certo que iremos conseguir reforçar esse relacionamento positivo”, disse Tao Zhang.

Olavo Correia salientou que Cabo Verde tem um quadro macroeconómico estável hoje, e afirmou que o país não tem necessidade de qualquer apoio financeiro da parte do FMI. Conforme defendeu, o país precisa sim de apoio técnico, de suporte às reformas para credibilizar as mesmas para que país possa aumentar o seu potencial do crescimento.

“Isso só será possível se avançarmos na linha das reformas. Reformas do Estado, reforma para melhorar o ambiente de negócios, reformas a nível dos transportes marítimos, transportes aéreos, gestão portuária, gestão aeroportuária, produção e distribuição de energia e tudo aquilo que tem a ver com o sistema judicial para garantirmos o reforço da confiança no nosso país”, explicou.

Para tal, avançou que tudo está a ser feito para evitar que as empresas públicas possam representar um risco fiscal e um problema de futuro para nova geração e ao mesmo colocar o país a crescer a um nível superior a 7% ao ano, para poder, numa década, duplicar o rendimento per capta.

“Estamos num diálogo permanente e temos vários instrumentos que estão ao nosso dispor e vamos, seguramente, encontrar a melhor forma para que o FMI possa dar o apoio às reformas económicas, um apoio ao Governo para aceleramos a implementação das medidas e credibilizar todo o quadro macroeconómico”, disse.

A visita do vice-diretor FMI, Tao Zhang, prossegue esta quinta-feira com encontro de trabalhos e visitas às organizações.

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