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FMI corta previsões de crescimento mundial para 3% este ano e 3,4% no próximo

Tensões comerciais, incerteza geopolítica, desaceleração dos mercados emergentes e baixa produtividade pressionam economia mundial, diz o FMI. Instituição liderada por Georgieva vê economias dos EUA e da China a crescerem menos este ano: 2,4% e 6,1%, respetivamente.
15 Outubro 2019, 14h01

A economia mundial está a viver um “abrandamento sincronizado”, levando o Fundo Monetário Internacional (FMI) a cortar as projeções de crescimento para este ano e para 2020. No “World Economic Outlook” (WEO) divulgado esta terça-feira, a instituição de Bretton Woods estima uma expansão global de 3% este ano e de 3,4%, menos duas décimas e uma décima do que no relatório publicado em julho.

“Este crescimento moderado é uma consequência do aumento das barreiras comerciais; incerteza elevada em torno do comércio e da geopolítica; fatores idiossincráticos que causam tensão macroeconómica em várias economias de mercados emergentes; e fatores estruturais, como o baixo crescimento da produtividade e envelhecimento demográfico em economias avançadas”, diagnostica o FMI.

A instituição agora liderada por Kristalina Georgieva salienta que a projeção de crescimento de 3% este ano, coloca a economia no ritmo de expansão mais lento desde a crise económica global, sublinhando que representa um verdadeiro retrocesso face aos 3,8% em 2017, quando “o mundo estava numa rota ascendente sincronizada”.

Apesar de prever que a economia recupere ligeiramente em 2020 para 3,4%, também esta projecção fica abaixo da estimada no relatório de abril. “Ao invés da desaceleração sincronizada, essa recuperação não é generalizada e é precária”, sublinha o FMI.

Crescimento continua a desacelerar nos EUA e China

O FMI estima uma expansão da economia norte-americana de 2,4% este ano e 2,1% em 2020, menos duas décimas do que na projeção de julho relativamente a cada ano. “Nos Estados Unidos, a economia manteve o ritmo no primeiro semestre do ano. Embora o investimento permanecesse lento, o emprego e o consumo eram dinâmicos”, explica a instituição, destacando que a projeção reflete uma alteração assumida pela política norte-americana “na orientação orçamental expansionista em 2019 para amplamente neutra em 2020”.

Também relativamente à China, a instituição liderada por Georgieva antecipa uma desaceleração do crescimento para 6,1% e 5,8% este ano e no próximo, menos uma e duas décimas abaixo do relatório projetado em julho.

“O crescimento também enfraqueceu na China, onde os esforços regulatórios necessários para conter a dívida e as consequências macroeconómicas do aumento das tensões comerciais afetaram a procura agregada. Prevê-se que o crescimento continue a diminuir gradualmente nos próximos anos, refletindo um declínio no crescimento da população em idade ativa e uma convergência gradual no rendimento per capita”, realçou o FMI.

Segundo os economistas da instituição com sede em Washington, o Japão deverá crescer 0,9% este ano e 0,5% no próximo, enquanto a zona euro deverá expandir 1,2% e 1,4%.

Já os mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento deverão ter uma expansão de 3,9% em 2019, acelerando para 4,6% em 2020. “As previsões para 2019 e 2020 são 0,5 p.p. e 0,2 p.p. mais baixos, respectivamente, do que em abril, refletindo revisões em baixa nas principais regiões, exceto na Europa emergente e em desenvolvimento”, justifica.

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