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FMI: distribuição desigual da vacina pode criar instabilidade em economias emergentes

“A aquisição de doses de vacina para economias de mercados emergentes e em desenvolvimento por meio de negociação direta ou através do pilar multilateral COVAX está significativamente atrasada”, avisou a instituição liderada por Kristalina Georgieva.
27 Janeiro 2021, 13h30

A distribuição da vacina para a Covid-19 a nível global irá ser desigual, atrasando dessa forma a recuperação económica e exacerbando as vulnerabilidades em várias economias emergentes, em alguns casos podendo até ameaçar a estabilidade financeira, alertou esta quarta-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Um atraso na recuperação exigiria acomodação [moentária] prolongada, aumentando ainda mais as vulnerabilidades financeiras”, referiu o FMI, no Global Financial Stability Update. “A distribuição desigual das vacinas e uma recuperação assíncrona podem colocar em risco os fluxos de capital para as economias dos mercados emergentes, especialmente se as economias avançadas começarem a normalizar as políticas, e alguns países podem enfrentar desafios assustadores”.

Segundo o FMI, uma correção nos preços dos ativos, caso os investidores reavaliem de forma repentina as perspetivas de crescimento ou o outlook das políticas, pode interagir com maiores vulnerabilidades , criando efeitos colaterais na confiança e comprometendo a estabilidade macrofinanceira.

A instituição liderada por Kristalina Georgieva acredita que o acesso à vacina deverá continuar desequilibrado durante algum tempo, recordando que as economias desenvolvidas como o Canadá, alguns países da União Europeia, o Reino Unido e os Estados Unidos pré-compraram vacinas com cobertura alargada per capita.

“Em contraste, a aquisição de doses de vacina para economias de mercados emergentes e em desenvolvimento por meio de negociação direta ou através do pilar multilateral COVAX  está significativamente atrasada”, sublinhou o FMI. “A necessidade de acesso às vacinas é particularmente urgente em países onde o número de casos acelerou recentemente ou permanece muito alto”.

A instituição de Bretton Woods recordou que dado que as economias de mercados emergentes foram responsáveis por cerca de 65% do crescimento global, ou cerca de 40% excluindo a China, entre 2017 e 2019, os atrasos no combate à pandemia nesses países pode ser um mau presságio para a economia global.

Interrupções na cadeia de fornecimento  podem afetar a rentabilidade corporativa mesmo em regiões onde a pandemia está sob controle, alertou.

“E porque o crescimento é um ingrediente crucial para estabilidade financeira, uma recuperação desigual e parcial riscos de prejudicar a saúde do sistema financeiro”, adiantou.

https://jornaleconomico.pt/noticias/efeito-vacina-fmi-ve-economia-mundial-a-crescer-55-e-a-da-zona-euro-42-este-ano-692808

 

 

 

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