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FMI elogia desempenho macroeconómico de Cabo Verde e espera novo crescimento em 2021

O Fundo Monetário Internacional afirma que o desempenho do arquipélago africano no âmbito do PCI – o instrumento para o apoiar nas reformas que tem em curso – tem sido “forte”. “Todas as metas de reforma foram cumpridas, com algumas medidas implementadas antes do previsto”, apontam os técnicos do fundo.
  • Bogdan Cristel/Reuters
30 Março 2020, 16h07

O Fundo Monetário Internacional (FMI) terminou a primeira revisão do desempenho económico de Cabo Verde no âmbito do Instrumento de Coordenação de Políticas (PCI) – destinado a apoiar o país nas reformas que tem em curso – e teceu elogios ao arquipélago africano.

O comité executivo do FMI concluiu que essa performance tem sido “forte”, apesar de garantir que o impacto da pandemia de Covid-19 vai afetar de forma adversa Cabo Verde, exigindo resposta política e apoio coordenado dos seus parceiros de desenvolvimento.

O PCI está em vigor entre julho de 2019 e janeiro de 2021 e surgiu de um pedido de Cabo Verde de auxílio na implementação do Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável (2017/2021) do país. Na prática tem cinco objetivos: recuperação tributária e sustentabilidade da dívida; reestruturação de empresas estatais; melhoraria da estrutura da política monetária e continuação da criação de reservas; promoção da estabilidade do sistema financeiro e e promoção de reformas estruturais em prol do crescimento.

“Todas as metas de reforma foram cumpridas, com algumas medidas implementadas antes do previsto. Todas as metas quantitativas do final de setembro de 2019 foram cumpridas, com exceção do da receita tributária, perdida por uma margem estreita devido aos impostos abaixo do projetado no comércio internacional”, explica o FMI, num relatório divulgado esta segunda-feira.

‎A instituição liderada por Kristalina Gueorguieva realça que o crescimento da economia cabo-verdiana “foi robusto”, atingindo mais de 6% em termos homólogos no final de setembro de 2019, sendo que está estimado em 5,5% para o ano à boleia da “forte atividade em serviços, principalmente turismo, construção e indústria”. “O défice em conta corrente diminuiu de 7,9% do PIB em 2017 para 3% do PIB estimado em 2019, refletindo forte desempenho das exportações e desaceleração da procura de importações”, pode ler-se no mesmo documento.

No entanto, as perspetivas económicas do FMI para Cabo Verde em 2020 estão “encobertas” pelas consequências da pandemia, que quebraram os fluxos turísticos e suspenderam a atividade das empresas. “A perspetiva de médio prazo permanece positiva, embora os riscos sejam inclinados para o lado negativo. Espera-se que o crescimento se recupere em 2021 e retorne à trajetória de médio prazo pré-Covid-19 de cerca de 5%”, antecipa o FMI.

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