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FMI prevê crescimento económico de 3,9% para este ano em Timor-Leste

O FMI prevê ainda que a inflação se situe em 0,9% este ano e aumente para 1,8% em 2026.
2 Julho 2025, 18h10

Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou hoje que prevê um crescimento económico de 3,9% para este ano em Timor-Leste e insistiu que o Governo deve dar prioridade a despesas de qualidade nos setores das infraestruturas, saúde e educação.

“Espera-se que o crescimento se mantenha robusto, situando-se em 3,9% em 2025, sustentado pela expansão fiscal e pelo forte crescimento do crédito, prevendo-se uma desaceleração para 3,3% em 2026”, afirmou, em comunicado, Carrière-Swallow, que liderou a equipa do FMI, que terminou hoje uma visita ao país.

A equipa chegou ao país em 19 de junho para realizar discussões ao abrigo do Artigo IV de 2025.

“A inflação, que tinha caído acentuadamente no ano passado devido à descida dos preços globais dos alimentos e da energia, deverá aumentar moderadamente com a subida dos preços internacionais dos alimentos”, disse Carrière-Swallow.

O FMI prevê que a inflação se situe em 0,9% este ano e aumente para 1,8% em 2026.

A organização financeira, que realizou encontros com as autoridades timorenses, setor privados, parceiros de desenvolvimento e sociedade civil, considera também que o Orçamento do Estado para 2026 deve dar prioridade a “despesas de qualidade nas áreas das infraestruturas físicas e de capital humano, incluindo a saúde e educação, ao mesmo tempo que controla os gastos recorrentes”.

“O Governo está, com razão, centrado na identificação de medidas para conter a massa salarial do setor público, que tem crescido acentuadamente nos últimos anos, e na implementação de um Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) a partir de janeiro de 2027”, salienta Carrière-Swallow.

O FMI recomenda reformas estruturais e orçamentais a 10 anos para permitir que o Governo timorense apoie o desenvolvimento do setor privado através da redução gradual dos défices orçamentais para preservar a sustentabilidade da dívida.

“Para 2026, as reformas que propomos seriam compatíveis com um envelope de despesa de cerca de 1,85 mil milhões de dólares [cerca de 1,5 mil milhões de euros] para o Governo central”, pode ler-se no comunicado.

No comunicado, o FMI felicita o Governo pelos “progressos contínuos nas reformas do setor financeiros” ao nível da legislação, “cuja implementação apoiará o desenvolvimento do setor privado”.

“Recomendamos ainda a aceleração da emissão de títulos de propriedade e o estabelecimento de um sistema nacional de identificação digital, reformas cruciais para melhorar o acesso ao crédito, diversificar o setor privado e aumentar a eficiência da despesa pública”, acrescenta o FMI.

O Governo timorense fixou esta semana a despesa para o Orçamento Geral do Estado de 2026 em 1,85 mil milhões de dólares (cerca de 1,58 mil milhões de euros), uma redução significativa em relação ao de 2025.

No final do ano passado, o parlamento timorense aprovou a proposta de Orçamento Geral do Estado para 2025 no valor de 2,6 mil milhões de dólares (cerca de 2,2 mil milhões de euros).

As previsões do Governo timorense apontam para um crescimento económico de 2,7% em 2026 e de 4,3% para este ano.

Em relação à inflação, as previsões do Ministério das Finanças indicam que continuará a trajetória descendente em 2025, prevendo-se que atinja 1,8%, e que estabilize em 2% aos longo dos próximos cinco anos.

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