FMI vê Portugal com défice de 7,1% e dívida pública a disparar para 135% do PIB este ano

O Fundo Monetário Internacional (FMI) projecta que o défice orçamental em Portugal atinja os 7,1% do PIB este ano, igualando o de 2014, antes de voltar a cair para 1,9% em 2021.

Nos dados do “Fiscal Monitor”, publicado esta quarta-feira, o departamento liderado pelo ex-ministro das Finanças, Vítor Gaspar,  os saldos orçamentais em território negativo atingem todas as economias da zona euro e entre as economias avançadas, a única excepção é a Noruega (que deverá manter um excedente de 0,8%).

Depois de ter atingido um excedente de 0,2% em 2019, a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, deverá conduzir o PIB a contrair 8% e as contas públicas para níveis de 2014, quando teve um défice de 7,1% do PIB, ainda assim abaixo dos 7,4% de 2011.

Nas projeções da instituição de Bretton Woods, o défice de Portugal deste ano fica ligeiramente abaixo da média da zona euro (-7,5%), onde Espanha lidera os défices mais elevados (-9,5%),seguida por  França (-9,2%) e pela Bélgica (-8,9%). Apesar da diminuição dos défices em 2021, apenas o Luxemburgo deverá conseguir voltar a registar um excedente orçamental já no próximo ano (Ver tabela).

O FMI vê ainda Portugal a ser o terceiro país da zona euro com o rácio da dívida pública face ao PIB mais elevado este ano, ao disparar dos atuais 117,6% do PIB para 135% este ano, caindo para 128,5% em 2021. Nas projeções para 2020, a média dos países da moeda única é de 97,4%, mas entre os países do Sul o peso da dívida aumenta para 200,8% na Grécia (dos atuais 179,2%) e para 155,5% em Itália (dos atuais 134,8%).