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FMI revê em ligeira alta crescimento na zona euro este ano para 0,9%

O Fundo cita o sector dos serviços e o comércio externo como os dois principais fatores a suportarem uma recuperação acima do esperado na zona euro, isto apesar de permanecerem riscos às projeções, nomeadamente pela tensão geopolítica e pelas eleições em vários países até ao final do ano.
16 Julho 2024, 14h00

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em ligeira alta a projeção de crescimento para a zona euro este ano, apontando agora a um avanço de 0,9% em 2024, um crescimento modesto, mas melhor do que esperado em abril. O principal motor desta evolução é o sector dos serviços e o comércio externo, embora a expectativa de normalização da política monetária também deva ajudar do lado do investimento.

A atualização de verão das projeções macro do FMI divulgada esta terça-feira revê o crescimento para 2024 em alta por 0,1 pontos percentuais (p.p.), enquanto a previsão para 2025 se mantém em 1,5%, uma aceleração clara em relação aos 0,9% esperados para este ano. Apesar das dificuldades e fricções claras na economia global, que deve crescer 3,2% este ano e 3,3% no próximo (uma revisão em alta de 0,1 p.p. apenas para 2025), a recuperação na zona euro tem superado as expectativas.

O Fundo fala num “ímpeto mais forte nos serviços e exportações líquidas mais altas do que esperado na primeira metade do ano”, um efeito que deverá impulsionar o crescimento de 2024. A juntar a isto, a economia europeia tem experienciado “um consumo mais forte apoiado por salários reais crescentes, tal como mais investimento proveniente de condições de financiamento aliviadas” pelo esperado recuo dos juros diretores para moeda única.

No entanto, alguns riscos persistem. Um dos mais óbvios é a incerteza política, uma realidade que se estende à Europa, como as recentes eleições francesas comprovaram.

Por outro, o crescimento salarial reflete, em parte, um efeito de catching-up, o que pode refletir inflação passada, além de ser “acompanhado de fraca produtividade”, o que dificulta a moderação dos aumentos de preços por parte das empresas, “sobretudo quando as margens estão já bastante espremidas”.

“Isto pode gerar mais persistência na inflação nos preços e nos salários”, alerta o Fundo. Acresce a este perigo a possibilidade de escalada das tensões geopolíticas globais que arrisca agravar ainda mais a dinâmica da inflação ao “subir o custo dos bens importados ao longo das cadeias de fornecimento”.

Olhando no detalhe, Espanha destaca-se como a grande economia do bloco europeu com a mais significativa revisão para a projeção de crescimento este ano, com o FMI a apontar agora a um avanço de 2,4%, ou seja, 0,5 p.p. acima do projetado em abril. De referir que o relatório contém apenas projeções para as quatro maiores economias europeias, ou seja, Espanha, França, Alemanha e Itália.

No que respeita aos EUA, o FMI cortou a previsão para este ano em 0,1 p.p., mantendo inalterada a expectativa para 2025. Assim sendo, o Fundo projeta um avanço de 2,6% este ano e 1,9% no próximo, ambos acima do esperado para a zona euro. Já o Reino Unido deve crescer 0,7% este ano, uma revisão em alta de 0,2 p.p., mantendo-se a projeção de 1,5% no próximo.

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