A Federação Nacional da Educação (FNE) defendeu esta quinta-feira, 14 de janeiro, que manter os estabelecimentos de ensino abertos durante o confinamento, como foi ontem anunciado pelo primeiro-ministro, exige medidas adequadas, como a realização de testes e a inclusão da comunidade escolar nas prioridades da vacinação.
“Devem ser adotadas medidas que garantam, quer o acompanhamento da situação epidemiológica em contexto escolar, quer a promoção da saúde e segurança de toda a comunidade educativa”, afirma a estrutura liderada por João Dias da Silva. Entre estas medidas estão “a necessidade de garantir, tanto quanto possível, a redução do número de alunos em cada grupo turma, bem como o distanciamento físico”.
A FNE assinala a necessidade de outras duas medidas fundamentais: “a realização sistemática de testes que permitam acompanhar e detetar todas as situações de infeção que se venham a registar e a colocação da comunidade escolar na mais elevada prioridade que for possível para a vacinação, para que o mais rapidamente esteja protegida para continuarem com segurança os processos de ensino-aprendizagem”.
João Dias da Silva sempre defendeu que o ensino presencial é claramente preferível ao ensino à distância até porque os meios são escassos e o Governo não conseguiu grandes avanços em relação ao que existia em março quando as escolas encerraram. “Temos bem consciência da insuficiência dos meios tecnológicos de que podemos dispor, se quiséssemos avançar para modalidades de ensino a distância ou híbrida”, afirma, justificando: “o Governo não assegurou o compromisso de que no início deste ano letivo todos os alunos e professores estivessem dotados de equipamentos e meios para que essas modalidades pudessem ser asseguradas. Mas também temos consciência de que, mesmo que esses meios existissem, eles são sempre de efeito inferior ao da atividade letiva presencial, que é mais rica e mais eficaz”.
“Em nome da qualidade dos processos de ensino-aprendizagem e da valorização da atividade profissional docente, a FNE defendeu e defende a atividade letiva presencial”, destaca o comunicado.
O primeiro-ministro, António Costa, disse esta quarta-feira, que ao longo do primeiro período, o número de surtos nas escolas foi diminuto e mesmo o número de casos face ao universo em causa: mais de 1,2 milhões. “A escola é um local seguro”, fundamental para o processo de ensino-aprendizagem. Todos os aumentos de contaminação que temos tido tem coincido com o período de férias escolares e não durante o funcionamento das aulas, acrescentou.
A FENPROF, afeta à CGTP, maior estrutura sindical de professores do país, liderada por Mário Nogueira, expressou esta terça-feira uma posição idêntica.
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