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“Foi um fracasso e houve erros”, diz Marcelo sobre o Afeganistão

“Tem de haver uma clarificação daquilo que é a situação do poder politico para que possa haver uma solução estável para que o Afeganistão não seja um albergue de terroristas, e que respeite os direitos humanos das mulheres e minorias”, disse hoje o Presidente da República, tendo também recordado os dois militares portugueses que morreram no país.
22 Agosto 2021, 18h07

O Presidente da República deixou hoje críticas à retirada norte-americana do Afeganistão, considerando que “foi um fracasso e que houve erros”.

“No passado recente, foi um fracasso, houve erros de informação, erros de reconhecimento da realidade, erros de atuação”, disse Marcelo Rebelo de Sousa este domingo, 22 de agosto, citado a presidente alemã Angela Merkel.

Mas analisando a missão da NATO no país, o Presidente deixou elogios. “Foram 20 anos em que Portugal também la esteve há aspetos positivos: mulheres e minorias com direitos mais reconhecidos, e houve uma garantia de redução do terrorismo internacional”, afirmou em declarações aos jornalistas à margem de uma visita ao centro de vacinação de Alcabideche, em Cascais.

“Não posso deixar de recordar os dois portugueses mortos”, recordou Marcelo, referindo-se às duas únicas baixas nacionais.

Em 2005, o sargento dos Comandos João Paulo Roma Pereira, de 33 anos, morreu quando o blindado em que seguia foi atingido por uma explosão. E em 2007, o paraquedista Sérgio Pedrosa morreu num acidente com uma viatura blindada, segundo o “Diário de Notícias”.

Em 20 anos de presença no Afeganistão, estiveram cerca de 4.500 militares portugueses no país.

Para o futuro, o Presidente considera que é “fundamental garantir os direitos dos afegãos que trabalhavam com os países da coligação, dos refugiados, deve haver uma politica, garantir a soberania do Estado, garantir os direitos humanos, das mulheres e das minorias”.

Marcelo também elogiou a declaração feita pela NATO de que “há valores internacionais e princípios que não podem ser esquecidos”.

“Tem de haver uma clarificação daquilo que é a situação do poder politico para que possa haver uma solução estável para que o Afeganistão não seja um albergue de terroristas, e que respeite os direitos humanos das mulheres e minorias”, concluiu o Presidente da República.

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