Enquanto o mundo parou, a maioria dos multimilionários continuou a verificar aumentos às suas fortunas, uma vez que o mercado de ações, onde a maior parte destes detém ações, continuou a negociar.
Um estudo do Instituto de Estudos Políticos nos Estados Unidos focou-se nas fortunas de 12 multimilionários entre março e novembro de 2020, sendo que estes ganharam perto de um bilião de dólares (843 mil milhões de euros), enquanto os seus empregados continuaram a trabalhar, não receberam subsídio de risco e contraíram a doença, revela o “Business Insider”.
De acordo com a publicação, o multimilionário proprietário da Tyson Foods, John H. Tyson, fez mais de 600 milhões de dólares (506 milhões de euros) durante o período em análise, mas mais de 10 mil trabalhadores da empresa contraíram o vírus Covid-19.
A publicação sustenta que a família de um funcionário da Tyson Foods que morreu após ter sido infetado está a processar a empresa por homicídio negligente e alega ainda que um gerente iniciou uma aposta sobre o número de trabalhadores seriam infetados. A empresa veio a público assumir que entende a seriedade do vírus e que já suspendeu os trabalhadores mencionados no processo.
Também Jeff Bezos, CEO da Amazon, foi o multimilionário cuja fortuna revelou o maior salto, uma vez que Bezos viu a sua fortuna crescer em mais de 70 mil milhões de dólares (59 mil milhões de euros). No entanto, a sua empresa tem estado nas bocas do mundo após mais de 20 mil trabalhadores testarem positivo para o novo coronavírus e de muitos continuarem a trabalhar sem cumprir o período de quarentena imposto.
Um dos responsáveis pelo estudo, Chuck Collins, disse ao “Business Insider” que os resultados da pandemia mal foram sentidos para os multimilionários em análise, quando em comparação com a crise económica que se sentiu entre 2007 e 2009, as fortunas apresentaram um tombo, juntamente com os mercados de ações.
Durante o período em análise, as fortunas dos 12 multimilionários observaram um “aumento constante e persistente”. “Parece que estão dentro de uma bolha própria”, referiu Collins, sustentando que a diferença entre estes super-ricos e os trabalhadores na linha da frente são a sua classe económica e a raça.
Apesar dos números de óbitos e de infeções ter diminuído durante o verão, a situação voltou a agravar-se e o relatório do Instituto de Estudos Políticos demonstra a necessidade de se pagar subsídios de risco aos cidadãos na linha da frente e aos trabalhadores das grandes empresas, uma vez que a “fadiga pandémica” começa a ser notória.
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