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Fórum Banca: malparado, taxas de juro baixas e o mercado dos CTT

No Fórum Banca 2016, os CEO do Novo Banco, Santander Totta, Banco CTT e Millenium BCP debatem os problemas atuais da banca.
  • Cristina Bernardo
23 Novembro 2016, 13h16

Hoje, no Fórum Banca 2016, promovido pelo Jornal Económico e pela PwC, os CEO de alguns dos maiores bancos nacionais debatem os problemas atuais da banca portuguesa.

Como resolver o malparado da banca portuguesa?

Nuno Amado – vendas forçadas é algo que não faz sentido. O BCP tem uma carteira de créditos em risco superior à que queríamos. É preciso uma gestão mais ativa. As leis de insolvência, a eficácia do poder judicial têm um papel muito importante.

António Ramalho – É um problema que temos de viver com ele, não vale a pena fingir que não existe. Temos um valor de crédito em risco maior, e um nível de cobertura das imparidades mais baixo do que na Europa. Temos 37% dos créditos a empresas com garantia hipotecária. Portugal era um país onde o património particular dos empresários era dado como garantia. É um problema que devia ser resolvido por todos

Com taxas de juro baixas, como é possível obter rentabilidade?

Vieira Monteiro – Basta olhar para o Santander, não temos ajuda de estado, nem de acionista. Consegue-se com rigor, planos bem definidos, concessão de crédito muito rigorosa. O problema está na má qualidade de crédito existente em Portugal. Há um problema judicial. No crédito Habitação, mete-se o processo em tribunal e demora quatro anos e quando a casa é recuperada está destruída.

Como é que os CTT vão conquistar mercado?

Luís Pereira Coutinho – A marca CTT é muito forte. É uma rede móvel, além de presença física vai às casas das pessoas.É uma marca de confiança, tem a desvantagem de não ser uma marca bancária, mas nem toda a gente gosta das marcas bancárias que já existiam.

A questão acionista. Um tem matriz espanhola, outro matriz chinesa, outra não se sabe qual vai ser a língua. Faz sentido um banco público?

Vieira Monteiro – Todos os bancos são portugueses, a estrutura acionista não é relevante. Pôr entrave à entrada de acionistas não é correcto. Os acionistas que venham têm é de cumprir as regras e as leis do país, e os princípios culturais, éticos e sociais do país. Faz sentido, desde que esteja definida a política, com uma gestão independente não sujeita a caprichos de outras entidades. Eu gosto da CGD, e é importante no sistema bancário português. É uma coisa que é nossa.

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