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Fórum Banca: os problemas do financiamento e a falta de crédito às empresas

António Ramalho, CEO do Novo Banco, António Vieira Monteiro, CEO do Santander Totta, Luís Pereira Coutinho, CEO do Banco CTT, Nuno Amado, CEO do Millennium BCP, debatem os problemas e os desafios da Banca.
Cristina Bernardo
23 Novembro 2016, 13h18

Nuno Amado – Houve uma restrição no período mais agreste, mas afirmar isso é muito injusto. Se olharmos para as taxas, estão com spreads cada vez mais baixos. Não se pode é repetir erros e financiar empresas sem condições. Já sugeri, ao nível do IAPMEI, que ce centralizasse um mecanismo a que as empresas possam recorrer para se perceber o que está a falhar. Se o risco soberano se agravar, aí sim, pode-se complicar o financiamento às empresas.

Vieira Monteiro – Nós estamos a crescer no crédito a empresas e a particulares. O sistema bancário tem excesso de liquidez, tem todo o interesse que apareçam bons projetos e boas empresas. Nós somos bancos e o dinheiro que emprestamos é dos depositantes e temos de dar resposta aos depositantes. É o dinheiro deles que está em jogo. No passado o dinheiro foi colocado na mão de quem não devia, Portugal está cheio de maus projetos. A nossa função não é financiar toda e qualquer operação. No dia em que esquecermos isto, vai-se a rentabilidade.

António Ramalho – Não se critique agora aquilo que foi a arma em 2010, Portugal perdeu 11 níveis de rating em seis meses! o processo de reajustamento obrigou a reduzir o rácio de empréstimos. è uma consequência natural, e não vale a pena olhar para trás. Estamos perante vários dilemas, se queremos continuar a dar risco. Europa tem 30% do credito nos particulares, Portugal ainda tem 48%. Como vamos gerir o histórico, com os novos empréstimos. A dificuldade está nos bancos sistémicos. O crédito caiu 18 mil milhões, o grande desafio é encerrar o trabalho começado e retomar o financiamento. Mas os bancos trabalham no mercado que existe. É um desafio que se coloca à gestão

Luís Pereira Coutinho – o banco CTT não tem crédito a empresas, irá entrar brevemente no crédito habitação. Mas com base no meu passado, não encontrei problemas nas empresas em se conseguirem financiar, apenas no períodos 2009/2010. Antes disso houve um excesso de crédito, mas desde 2012, os bancos têm muita agressividade comercial, e o setor bancário é muito dinâmico e eficiente.

 

 

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