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Fórum da Competitividade não acredita que juros do BCE baixem já no 2º semestre

O Fórum liderado por Pedro Ferraz da Costa contraria as opiniões que anteveem que o BCE conclua a subida das taxas de juro em setembro, dadas as palavras de Christine Lagarde na última reunião.
4 Julho 2023, 16h34

O BCE voltou a subir as taxas de juro, não esclareceu até quando deverão aumentar, mas avisou que não deverão baixar nos próximos dois anos, pelo que não faz sentido esperar que as Euribors baixem já no 2º semestre, defendem os economistas do Fórum da Competitividade.

O Fórum liderado por Pedro Ferraz da Costa contraria as opiniões que anteveem que o BCE conclua a subida das taxas de juro em setembro.

Com a inflação ainda demasiado elevada durante mais tempo do que o desejável, o BCE aumentou a taxa de juro de referência em 25 pontos base (p.b.) na reunião de junho, elevando a taxa de depósitos de 3,25% para 3,5%. Para além disso, a sua presidente anunciou que era “muito provável” que houvesse nova subida em julho.

As reuniões seguintes estão marcadas para 14 de setembro, 26 de outubro e 14 de dezembro, não sendo ainda claro quando termina este ciclo não qual será a taxa terminal, com o argumento de que estará dependente dos dados. No entanto, Christine Lagarde afirmou que não deverá haver descida de taxas nos próximos dois anos.

O tom do discurso da presidente Lagarde em Sintra continuou a endurecer em relação às reuniões anteriores. Como se tornou habitual no último mês, Christine Lagarde sublinhou que o BCE ainda tem um longo caminho a percorrer no seu ciclo de subidas e, por conseguinte, não prevê qualquer pausa para já.

Na nota mensal de junho, o Fórum da Competitividade disse ainda que no primeiro trimestre, a zona euro entrou em recessão técnica, com destaque para a recessão na Alemanha, que também registou uma inflação acima da média.

Nas suas novas previsões internacionais, a OCDE admite que as perspectivas melhoraram, mas que a nova tendência de crescimento é mais fraca do que anteriormente, a recuperação permanece frágil e os riscos são sobretudo descendentes.

No que toca à inflação, em Portugal, em junho, caiu pelo oitavo mês consecutivo, de 4,0% para 3,4%, o valor mais baixo desde janeiro de 2022. De acordo com o INE, a redução do IVA não foi completamente transmitida aos consumidores, lembra o Fórum.

A nota de conjuntura dá conta que em 2022, as exportações portuguesas de bens para os três principais mercados de destino (Espanha, França e Alemanha) apresentaram menor dinamismo, indiciando perdas de quota de mercado.

O saldo orçamental do primeiro trimestre foi de 0,3% do PIB anual (e 1,2% do PIB trimestral), quando para o conjunto do ano se prevê um défice de 0,4% do PIB. Não faz sentido falar em “folga” orçamental, quando a nossa dívida pública (113,9% do PIB em 2022) é a terceira mais elevada da zona euro, argumenta o organismo.

Os dados preliminares do segundo trimestre apontam para um claro abrandamento, pelo que o Fórum para a Competitividade estima que o PIB no segundo trimestre terá desacelerado de 1,6% para um crescimento entre 0,3% e 0,5% em cadeia, a que corresponde uma variação homóloga entre 2,6% e 2,9%.

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