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Fórum para a Competitividade avisa que próximo Governo terá de fazer “reformas decisivas”

“Segundo as previsões da Comissão Europeia, Portugal deverá ter a segunda pior recuperação económica até 2023. Este mau resultado é fruto do fraquíssimo potencial de crescimento que a economia portuguesa tem revelado ao longo das últimas duas décadas”, lê-se na Nota de Conjuntura de novembro do Fórum, hoje divulgada.
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2 Dezembro 2021, 16h38

O Fórum para a Competitividade alertou hoje que o próximo Governo terá de “concretizar reformas decisivas” para resolver o “grave problema” do “fraquíssimo potencial de crescimento” da economia portuguesa.

“Segundo as previsões da Comissão Europeia, Portugal deverá ter a segunda pior recuperação económica até 2023. Este mau resultado é fruto do fraquíssimo potencial de crescimento que a economia portuguesa tem revelado ao longo das últimas duas décadas”, lê-se na Nota de Conjuntura de novembro do Fórum, hoje divulgada.

“Comparando com o último trimestre antes da pandemia, o PIB [Produto Interno Bruto] ainda se encontra 3,2% abaixo daquela referência, com o consumo e o investimento já recuperados (1,3% acima dos valores de 2019), mas as exportações ainda 10,3% abaixo daquele valor. Dada a meta para o peso das exportações no PIB (50%, adiada de 2025 para 2027), é preciso reforçar as medidas para a alcançar, porque este rácio caiu de 43,2% no quarto trimestre de 2019, para 39,9% no terceiro trimestre de 2021”, salienta.

Neste contexto, alerta o Fórum para a Competitividade, “o próximo Governo precisa de concretizar reformas decisivas para resolver este grave problema”.

O organismo recorda, que, de acordo com as previsões semestrais divulgadas em novembro pela Comissão Europeia, do grupo de países que deveriam estar a convergir para a média comunitária, “só quatro economias deverão crescer abaixo da média entre 2019 e 2023, ou seja, recuperar menos do que as restantes”.

“O pior caso é o de Espanha, seguindo-se o caso de Portugal e Itália. Assinale-se que até a Grécia consegue crescer acima da média”, refere.

O organismo nota que, “no terceiro trimestre de 2021, registou-se uma desaceleração em cadeia do PIB, de 4,4% para 2,9%, a que correspondeu um abrandamento em termos homólogos, de 16,1% para 4,2%”.

“Em termos trimestrais, o consumo privado desacelerou, de 7,5% para 1,9%, com destaque para os bens duradouros, onde a variação passou de 14,5% para -6,2%”, refere, acrescentando que, “enquanto o consumo está 1,1% abaixo dos valores pré-pandemia (quarto trimestre de 2019), a componente de bens duradouros ainda se encontra 5,5% abaixo daquele nível”.

Para o Fórum, “o valor mais preocupante foi o do investimento, que já tinha caído 0,5% no trimestre anterior e voltou a cair, desta feita de forma ainda mais pronunciada: -1,8%”.

Em contrapartida, “as exportações protagonizaram a melhor notícia, ao passarem de uma diminuição trimestral de 2,2% (devido ao recuo de 4,9% no caso dos bens) para um crescimento de quase dois dígitos (9,6%), sobressaindo a fortíssima recuperação na componente dos serviços (27,7%), que incluem o turismo”.

Liderado pelo empresário Pedro Ferraz da Costa, o Fórum para a Competitividade assume-se como “uma instituição ativa na promoção do aumento da competitividade de Portugal, através de estímulos ao desenvolvimento da produtividade nas empresas”.

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