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Fórum Seguros: Como incentivar a poupança?

Desafios das seguradoras, como a baixa taxa de poupança, foram dos temas discutidos pelos intervenientes no Fórum Seguros, organizado pelo Jornal Económico e pela PwC.
15 Março 2017, 13h14

A baixa taxa de poupança dos portugueses é um dos principais desafios do setor segurador, que debateu formas de incentivar a captação de recursos das famílias, no Fórum Seguros, promovido pelo Jornal Económico e pela PwC.

Para Isabel Castelo Branco, presidente da BPI Vida e Pensões, a questão centra-se na demografia e exige do setor uma adaptação à realidade do país. “Temos uma taxa de poupança historicamente baixa, nos 4%, e estamos a começar a ver os efeitos da pirâmide invertida e da baixa natalidade”.

As gerações mais jovens já não têm a mesma expetativa em relação à reforma do que as gerações mais velhas, o que é uma discussão importante para o setor, segundo Isabel Castelo Branco. Neste sentido, acredita que o setor dos seguros deve questionar-se sobre as formas de “captar as novas gerações que estão mais habituadas a viver com risco, que estão mais avessas a fazer seguros e que estão mais propensas a fazer poupanças a curto prazo”.

“As seguradoras estão vocacionadas para acompanhar as várias fases da poupança dos clientes e essa é uma discussão que deve ser recuperada”, acrescentou. Isabel Castelo Branco ressalvou ainda que não só pessoas individuais, mas também empresas são chamadas à discussão. Na opinião da presidente da BPI Vida e Pensões, as empresas são determinantes para dar a conhecer aos funcionários as diferentes opções de poupança a curto ou longo prazo.

O presidente da Tranquilidade, Jan de Potter, sublinhou também a necessidade de lançar estímulos para as empresas e planos de reforma para os consumidores. “Não se deve fazer o investimento só para o beneficio fiscal porque este é um beneficio de longo prazo. O cliente deve fazer o investimento porque há uma necessidade”.

O CEO da seguradora acrescenta ainda que “é preciso investimento para crescer de forma rentável e sustentável” e que esse “é o principal desafio para Portugal”. Já José Alvarez Quintero, administrador da Fidelidade, diz que “é preciso ser mais inovador e interventivo”.

Nelson Machado, CEO da Ocidental Vida, que regressou a Portugal depois de 20 anos no exterior, afirma ter encontrado um setor “altamente evoluído”, assente no rigor e no profissionalismo. Contudo, em matéria de poupança, o responsável aponta um cenário ainda complicado.

Nelson Machado defende que os portugueses necessitam de listar as suas prioridades, sendo que a reforma, assegurada de forma sustentável, deve nortear esta reflexão. Ainda sobre a atual situação da Segurança Social, não deixou de lamentar a “discussão ideológica” em torno da reforma do sistema, que inibe a urgente “discussão técnica”.

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