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Fosun resgata Thomas Cook com aumento de capital de 840 milhões

Com a aquisição da agência de viagens britânica, a Fosun ganha o controlo de um negócio com 11 milhões de clientes e que registou receitas de 7,4 mil milhões de libras (8,2 mil milhões de euros) no ano passado.
12 Julho 2019, 11h42

O grupo chinês Fosun assinou um acordo de resgate ao operador turístico britânico Thomas Cook, uma operação feita através de um aumento de capital avaliada em 750 milhões de libras (840 milhões de euros).

De acordo com o Financial Times esta sexta-feira, 12 de julho, com esta injeção de dinheiro a Fosun, que detém a Fidelidade e é o maior acionista do BCP, será o acionista maioritário da agência de viagens mais antiga do mundo que está a passar por um período de dificuldades financeiras. Assim, a Fosun ganha controlo de um negócio com 11 milhões de clientes e que registou receitas de 7,4 mil milhões de libras no ano passado.

A Fosun Tourism Group emitiu um comunicado com os detalhes do potencial negócio e a Thomas Cook assinalou que as negociações estão numa fase avançada e que a injeção de capital da Fosun garante liquidez para a companhia operar até ao próximo inverno (o que até aqui não era garantido).

O negócio será concretizado através da conversão de dívida em ações e de um aumento de capital. A Fosun já detinha 18% do capital da Thomas Cook, sendo que o objetivo de proteger esta participação terá sido o principal motivo para os chineses aceitarem injetar mais dinheiro na companhia. A Thomas Cook diz que esta injeção de capital“irá proporcionar liquidez suficiente para operar no inverno 2019/2020 e flexibilidade financeira para investir no negócio”.

O acordo vai resultar num aumento das participações da Fosun na Europa e diluir fortemente a posição dos atuais acionistas, o que explica a queda acentuada das ações da cotada britânica, que estão a afundar 46% na bolsa de Londres. A queda diária é a mais forte desde 2011, o que atirou a capitalização bolsista da empresa para apenas 120 milhões de libras (134 milhões de euros). Já as obrigações estão a reagir em alta, com uma valorização de 18%, embora a cotação persista a menos de metade do valor a que foram emitidas.

A empresa, que é um dos maiores grupos do setor privado da China, comprou a rede de resorts Club Med em 2015 por 939 milhões de euros e adquiriu o Wolverhampton Wanderers por 50 milhões de euros em 2016.

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