Foram os grandes vencedores do primeiro leilão de energia solar em Portugal, entretanto mudaram de acionista, mas mantêm a aposta no país.
A Akuo já é detida pelo fundo francês Ardian, mas garante que vai continuar a investir em Portugal: mil milhões de euros para construir 1 gigawatt de energia solar, eólica e baterias até 2032.
“Portugal faz parte das prioridades do grupo”, garantiu João Macedo, diretor-geral da Akuo Portugal.
A empresa já tem a central de Santas (Monforte) em operação, central solar com 180 MW e já está a construir 45 MW de energia eólica para hibridizar o projeto para um total de 225 MW.
Já na central de Margalha (Gavião), o objetivo é concluir a central até ao final do ano para entrar em operação no primeiro trimestre de 2026, com um total de 147 MW.
A companhia também candidatou-se aos apoios públicos para os projetos de baterias, tendo vencido com projetos para as centrais de Santas e de Margalha.
A empresa conta com um projeto agrivoltaico em Alcobaça, financiado pelo PRR, onde os painéis solares co-existem com a Maçã de Alcobaça. “É um projeto pequeno, mas com um posicionamento importante. É importante ter projetos integrados a nível social”.
A Akuo realizou um crowdfunding na central de Santas onde conseguiu levantar o máximo montante previsto: 5 milhões de euros. “É importante partilhar o benefício destes projetos com as comunidades locais”.
Sobre o futuro leilão de energia eólica offshore, João Macedo disse que a Akuo está na lista de interessados. “Estamos à espera das regras para saber se faz sentido ou não”.
Em relação à central de Polvorão (Gavião e Nisa), o projeto encontra-se suspenso pela empresa à espera da primeira pronúncia do Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco após o Ministério Público ter impugnado o projeto em fevereiro deste ano.
“Esperamos que seja o mais rápido possível para poder desbloquear o projeto. Sabemos que a decisão final vai demorar. E estamos à espera de uma primeira prenúncia do juíz para avaliar se podemos avançar. Suspendemos o projeto por precaução”, segundo o gestor.
A ação do Ministério Público é contra as entidades licenciadoras do projeto: Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Direção-Geral de Energia (DGEG) e autarquia. “Estamos confiantes de que foi tudo feito dentro das regras”, segundo João Macedo.
O Ministério Público anunciou em fevereiro que pediu a impugnação dos licenciamentos ambiental, energético e urbanístico desta central devido à “lesão de um conjunto alargado de instrumentos de gestão territorial e de proteção dos recursos naturais, com especial relevo para o regime jurídico da Rede Natura, o PROT do Alentejo e os PDMs dos municípios do Gavião e de Nisa”.
“A extensa implantação territorial de empreendimentos para produção de energia e consequente alteração do uso de solos qualificados como florestais, agrícolas e mesmo naturais e paisagísticos, quando em contrário do legalmente previsto, é merecedora de especial atenção do MP, por força das competências em matéria de defesa do ordenamento e ambiente, conferidas no âmbito do contencioso administrativo, onde se enquadra a presente ação”, segundo o comunicado do MP divulgado na altura.
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