Desde o já longíquo ano de 2020 que muita coisa mudou no setor energético em Portugal. Pelo meio, uma pandemia que veio colocar muitas incertezas nas energias renováveis no país. Apanhados neste turbilhão, os franceses da Akuo chegaram, viram e venceram o primeiro leilão de energia solar em 2019.
O grupo francês conquistou três lotes com uma potência total de 370 MW. Entretanto, mudou de acionista, com a entrada do fundo Ardian, e também de CEO, com a chegada de Bruno Bensasson, que conta com passagens na gigante energética estatal francesa EDF, tendo liderado a unidade para as renováveis, e pela dinamarquesa produtora de componentes eólicas, Vestas.
A companhia tem em marcha um plano para investir mil milhões de euros para construir 1 gigawatt de energia solar, eólica e baterias até 2032.
“Acreditamos muito no potencial do solar, eólica e baterias em Portugal”, disse ao JE o CEO da Akuo Bruno Bensasson durante uma visita a Lisboa.
Já na central de Margalha (Gavião), o objetivo é concluir a central até ao final do ano para entrar em operação no primeiro trimestre de 2026, com um total de 147 MW.
A companhia também candidatou-se aos apoios públicos para os projetos de baterias, tendo vencido com projetos para as centrais de Santas e de Margalha.
A empresa conta com um projeto agrivoltaico em Alcobaça, financiado pelo PRR, onde os painéis solares co-existem com a Maçã de Alcobaça.
Na central de Santas, Akuo realizou um crowdfunding onde conseguiu levantar o máximo montante previsto: 5 milhões de euros.
Em relação à central de Polvorão (Gavião e Nisa), o projeto encontra-se suspenso pela empresa à espera da primeira pronúncia do Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco após o Ministério Público ter impugnado o projeto em fevereiro deste ano.
A ação do Ministério Público é contra as entidades licenciadoras do projeto: Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Direção-Geral de Energia (DGEG) e autarquia. “Estamos confiantes de que foi tudo feito dentro das regras”, segundo João Macedo.
O Ministério Público anunciou em fevereiro que pediu a impugnação dos licenciamentos ambiental, energético e urbanístico desta central devido à “lesão de um conjunto alargado de instrumentos de gestão territorial e de proteção dos recursos naturais, com especial relevo para o regime jurídico da Rede Natura, o PROT do Alentejo e os PDMs dos municípios do Gavião e de Nisa”.
“A extensa implantação territorial de empreendimentos para produção de energia e consequente alteração do uso de solos qualificados como florestais, agrícolas e mesmo naturais e paisagísticos, quando em contrário do legalmente previsto, é merecedora de especial atenção do MP, por força das competências em matéria de defesa do ordenamento e ambiente, conferidas no âmbito do contencioso administrativo, onde se enquadra a presente ação”, segundo o comunicado do MP divulgado na altura.
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