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Francisco Rodrigues dos Santos: “Não adianta diabolizarem-me, pois o partido conhece-me”

Líder da Juventude Popular respondeu ao apoio de Nuno Melo a João Almeida dizendo que estará “ocupado a fazer o CDS crescer no país para depois haver mais lugares na Assembleia da República”.
25 Janeiro 2020, 21h52

O presidente da Juventude Popular, Francisco Rodrigues dos Santos, apresentou-se como “o candidato que a direita quer” na última intervenção de entre todos os primeiros subscritores das moções globais que irão a votos nesta madrugada no congresso do CDS-PP, respondendo ao que considerou ser uma tentativa de o colar aos extremos. “Não adianta diabolizarem-me, pois o partido conhece-me. Nos últimos anos estive diariamente disponível para ajudá-lo e servi-lo”, afirmou.

Respondendo ao apelo de Nuno Melo ao voto em João Almeida, por ser o único candidato à sucessão de Assunção Cristas com assento na Assembleia da República, o que lhe permite interpelar António Costa nos debates quinzenais, Francisco Rodrigues dos Santos retorquiu que, não estando no Parlamento, estará “ocupado a fazer o CDS crescer no país para depois haver mais lugares na Assembleia da República”. E garantiu que, sendo eleito presidente, contará com João Almeida enquanto deputado e com a colaboração de Filipe Lobo d’Ávila.

A extrema crispação vivida no congresso, nomeadamente com as vaias que apoiantes do presidente da Juventude Popular dedicaram à intervenção do ex-ministro António Pires de Lima, também foi abordada por Rodrigues dos Santos. “Quem respeita mais este congresso: aqueles que para apoiar um candidato se preocupam em desqualificar o outro ou aqueles que vêm como soldados rasos apoiar uma candidatura pela positiva?”, perguntou à sala, dizendo lamentar que passe para alguns a ideia de que existe “um CDS bom e um CDS mau”.

“Queremos que o nosso partido se habitue mais a escolher do que a obedecer, e que se possa unir”, garantiu, prometendo alargar essa união “mesmo àqueles que hoje vieram fazer-me críticas, muitas das quais injustas e com as quais não concordo” e a quem o considera “demasiado conservador e demasiado jovem”, pois “se a juventude for um defeito, depressa passará”. Ainda assim, ciente de ser o candidato à presidência mais novo, o candidato que se apresenta como o rosto da “nova direita para Portugal” fez um apelo a outras gerações: “Peço aos avós e aos pais que acreditem em mim como acreditam nos vossos netos e filhos.”

Contando com apoio de outros primeiros subscritores que levaram moções globais ao congresso de Aveiro, e que desistiram de ir a votos, como Abel Matos Soares e Miguel Mattos Chaves, Francisco Rodrigues dos Santos terminou a intervenção sob muitos aplausos, mas só de madrugada será possível saber se a sua moção irá ou não ser a mais votada. De seguida, em declarações ao “Expresso”, o ex-deputado António Lobo Xavier disse que está com o candidato conhecido por “Chicão”, juntando-se ao também histórico Bagão Félix.

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