A Frente Cívica quer que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, se manifeste sobre os “sucessivos” atrasos do processo relativo ao Banco Espírito Santo\Grupo Espírito Santo.
Numa carta enviada na segunda-feira, 3 de abril, ao Chefe de Estado, e assinada pelo presidente e vice-presidente da Frente Cívica, Paulo de Morais e João Paulo Batalha, respetivamente, a associação relembra que o caso se arrasta na justiça há demasiados anos, não tendo ainda chegado sequer a julgamento.
“Nos últimos meses, os incidentes e manobras dilatórias ultrapassaram o limite do absurdo”, pode ler-se no documento.
Como tal, a Frente Cívica pretende que Marcelo Rebelo de Sousa tenha uma intervenção mais ativa sobre este caso, “sob pena de se instalar na opinião pública a ideia de que o Presidente da República é conivente ou até cúmplice com estas artimanhas que ameaçam protelar o processo até à impunidade”.
A associação realça ainda o facto desta intervenção ser “ainda mais pertinente” pela relação “de amizade próxima e de longa data” entre Ricardo Salgado, antigo presidente do GES e figura principal deste processo e Marcelo Rebelo de Sousa.
“Se a instrução do caso BES se completar de facto em abril de 2023, como anunciado, o país terá perdido dois anos e nove meses numa fase processual que devia ser célere e expedita”, indica o documento.
O processo BES/GES tem 27 arguidos (23 pessoas e quatro empresas) e junta no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.
De acordo com o Ministério Público, cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a queda do GES, em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.
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