A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública manifestou hoje “profundo desacordo e repúdio” pela opção do Governo de não aumentar os salários dos trabalhadores da Administração Pública, lembrando que há mais de dez anos que não há atualizações.
A estrutura sindical da CGTP reage assim às declarações de ontem do ministro das Finanças, Mário Centeno que, em entrevista à Antena 1, afastou a possibilidade de atualizações salariais durante a legislatura, sublinhando que o programa do Governo apenas prevê o descongelamento faseado das progressões a partir de 2018.
A Frente Comum, liderada por Ana Avoila, considera que “está em perspetiva a penalização dos trabalhadores da Administração Pública que há mais de dez anos não vislumbram qualquer aumento salarial, além de terem as suas carreiras congeladas desde 2005”.
Segundo a organização sindical, o poder de compra dos trabalhadores do Estado caiu mais de 11% na última década e há situações em que, mesmo com a reversão dos cortes, o salário é inferior ao de 2010 devido ao agravamento do IRS.
Ao mesmo tempo que não atualiza salários, diz a Frente Comum, o Governo prevê gastar 47,6 mil milhões de euros com o pagamento de juros da dívida pública até 2021.
“Mais uma vez é adiada a vida dos trabalhadores dos serviços públicos, acentuando-se a perda do poder de compra, desrespeitando-se o direito a carreiras e salários dignos, estando previstas verbas para o descongelamento gradual das carreiras em ano de eleições”, lê-se no comunicado.
A Frente Comum exige aumentos salariais “já este ano”. Ana Avoila lembra que a proposta de atualização para 2017 é de 4% e que o valor para o próximo ano será definido só no final de junho.
Por sua vez, a FESAP, estrutura sindical da UGT, já avançou com uma proposta de aumento salarial e de pensões de 2,5% para 2018.
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