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Frente fria do Brexit congela espaço de manobra do Banco de Inglaterra

A incerteza que rodeia os termos do Brexit vão forçar o banco central liderado por Mark Carney a manter as taxas de juro inalteradas, segundo os analistas. O foco estará, portanto, nas projeções para o crescimento e inflação.
  • Frank Augstein/Reuters
7 Fevereiro 2019, 07h44

No mesmo dia em que Theresa May vai a Bruxelas tentar obter um novo acordo para o Brexit, na Threadneedle Street de Londres, Mark Carney e os restantes membros do comité de política monetária do Banco de Inglaterra (BoE) vão realizar uma reunião na qual terão quase nenhum espaço de manobra, condicionados pela incerteza sobre o divórcio do Reino Unido com o parceiros europeus.

James Smith, economista de mercados desenvolvidos do banco de investimento holandês ING, recordou que faltam apenas 50 dias até o Reino Unido sair da União Europeia.

“Sem claridade sobre se haverá um acordo até essa altura, ou mesmo de o prazo de 29 de março poderá ser adiado, há poucas dúvidas que os decisores [do BoE] vão manter a política inalterada esta semana e aumentar o tom dos alertas”,  explicou.

Os dados económicos estão a piorar e provável que o crescimento continue a abrandar, ou mesmo a estagnar, durante o primeiro trimestre à medida que cautela das empresas e dos consumidores cresce.

“Isto quer dizer que um aumento na taxa de juros na primeira metade de 2019 parece improvável, mas um ‘apertar’ [da política monetária] ainda este ano não deve ser posto de parte totalmente”, adiantou. “Com o aumentos dos salários continuarem a ter um forte desempenho, sentimos que os decisores gostariam de aumentar as taxas de juro de novo se puderem”.

Os analistas da Nordea Markets concordam que o BoE deverá manter a taxa de juro diretora nos 0,75% e por isso os mercados irão focar no Inflation Report, o relatório trimestral de análise de inflação e atividade económica do banco central.

Será com base nesse documento que Mark Carney poderá aumentar o tom dos alertas. “Vemos riscos mais negativos tanto no crescimento como na inflação face ao relatório de novembro”, frisaram os analistas da Nordea.

Nessa altura, o BoE cortou as projeções para o crescimento económico para 2018, de 1,3% de 1,4%, e também para 2019, para 1,7% face aos anteriores 1,8%.

 

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