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Fuga massiva de talentos? Randstad diz que apenas 1% dos jovens portugueses emigra

Estudo da Randstad Research, divulgado esta quinta-feira, comprova que Portugal tem “um grave problema de desemprego jovem” e que “a remuneração desta geração é inferior à média da União Europeia”. Outras conclusões: os jovens preferem trabalhar em áreas tecnológicas e são mais comuns os contratos temporários.
14 Novembro 2024, 14h32

Não existe uma fuga generalizada de talento em Portugal, o que existe é desemprego entre os jovens. O estudo “Mitos e Realidades sobre os jovens e o mercado de trabalho” realizado pela Randstad Research, do grupo de recursos humanos Randstad, divulgado esta quinta-feira, 14 de novembro, pretende desmistificar ideias pré-concebidas sobre os jovens e a sua participação no mercado de trabalho no país.

O estudo comprova que Portugal tem “um grave problema de desemprego jovem” e que “a remuneração desta geração é inferior à média da União Europeia”. É uma também uma “realidade que os jovens preferem trabalhar em áreas tecnológicas” e que são “mais comuns os contratos temporários”.

 

Mitos e realidades que a Randstad Research desfaz ou confirma

Estão realmente os jovens sobrequalificados? “Ainda que os jovens estejam significativamente mais qualificados academicamente do que as gerações anteriores, é um mito afirmar que estão sobre-qualificados”, afirma, justificando: Em Portugal, 27,5% dos jovens completaram a formação superior, número alinhado com a média da União Europeia. O desafio, neste cenário, propõe a Randstad Research, passa por “conseguir um melhor ajuste às necessidades do mercado de trabalho para que a qualificação disponível seja melhor aproveitada e que se evite um skills mismatch”.

Há em Portugal uma fuga massiva de talento jovem? Não, segundo o estudo. Explicação: “Se compararmos com a média europeia, a percentagem de emigrantes jovens é relativamente alta, a verdade é que a percentagem total de jovens emigrantes sobre o total da população jovem foi de apenas 1,1%, o que significa que, apesar da emigração ser uma realidade, a grande maioria dos jovens permanece em Portugal”.

A formação superior é adequada às necessidades do mercado de trabalho, em termos de experiência? Ainda que a formação superior seja relevante, 65% dos jovens em Portugal não tiveram nenhuma experiência profissional enquanto frequentavam o ensino superior. “Existe um desajuste entre a formação académica e a prática profissional dos estudantes”, conclui o estudo.

Tem Portugal um grave problema de desemprego jovem? Sim. Os dados estatísticos oficiais mostram que a taxa de desemprego dos mais jovens (dos 16 – 24 anos) é cerca de quatro vezes superior ao desemprego da população geral. Este número coloca Portugal 3,6 pontos acima da média europeia.

Os jovens mudam de emprego com maior facilidade do que outras gerações? Verdadeiro, diz a Randstad Research. Uma fatia de 20% dos mais jovens mudou de trabalho nos últimos seis meses e 29% planeia mudar nos próximos seis. Estes valores são superiores aos registados noutras gerações e comprovam que os jovens têm mais facilidade em mudar de emprego.

Os jovens têm realmente preferência por trabalhar em áreas mais tecnológicas? O estudo conclui que em Portugal há uma maior preferência pela formação na área das tecnologias em comparação com a média europeia e mais ainda com os países do sul da Europa. Portugal destaca-se na Europa como país com uma das maiores percentagens de licenciados na área de engenharia, produção e construção: 19% do total de universitários em Portugal.

É realista assumir que os jovens portugueses ganham menos do que os jovens de outros países europeus? Verdadeiro. Em Portugal, os ganhos médios da população geral e também dos jovens (menos de 30 anos) estão abaixo tanto da média da UE como da maioria dos países europeus, particularmente do norte e centro da Europa, salienta o estudo.

“Mitos e Realidades sobre os jovens e o mercado de trabalho” esclarece a Randstad foi realizado com base em fontes estatísticas primárias com o IEFP, o INE e o Eurostat e analisa o mercado de trabalho dos jovens em Portugal, comparando-o com outras faixas etárias e com a realidade de outros países europeus.

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