A Fundação Oceano Azul anunciou oficialmente a assinatura de um memorando de entendimento com a London School of Economics and Political Science (LSE), que tem como objetivo incluir o real valor do oceano na economia e nos sistemas financeiros globais.
O anúncio foi feito durante o Blue Economy and Finance Forum (BEFF), evento que decorre este sábado e domingo no Mónaco, como Special Event da 3ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas (UNOC3) em Nice.
Esta iniciativa, intitulada “Re-valorizar o Capital Natural Azul”, vai desenvolver ferramentas para incorporar o capital natural do oceano na economia, nomeadamente em estruturas de investimento e mercados financeiros e contribuindo para que o valor natural seja considerado no centro das decisões económicas globais, avança a Fundação em comunicado.
Na base deste racional está o facto de “o oceano, apesar de ser o motor da estabilidade climática e a economia do oceano ser essencial para a descarbonização, permanecer arredado do centro das tomadas de decisão política e económica”.
“Os seus serviços naturais não são calculados, sendo, regularmente, tratados como externalidades ou percecionados como recursos inesgotáveis, criando uma profunda falha no mercado”, diz a Fundação Oceano Azul.
Esta fundação internacional foi criada em 2017, que sob o mote From the ocean’s point of view, tem como missão contribuir para um oceano saudável e produtivo para benefício de toda a vida no planeta.
Depois de sete anos a trabalhar no mercado da bioeconomia azul, a Fundação Oceano Azul “compreendeu que era importante focar-se também na integração do conceito de capital natural na economia mundial, discutindo a possível monetização e a transação financeira dos serviços produzidos pela natureza marinha”, refere.
A capacidade única a nível mundial de investigação económica, jurídica e ambiental da universidade LSE “contribuirá para uma mudança fundamental na forma como as finanças públicas e privadas encaram a proteção do oceano e apoiar a integração de estratégias financeiras azuis, investimentos baseados na natureza e na economia azul regenerativa”.
Durante dois dias, o Blue Economy and Finance Forum reúne líderes mundiais na área das finanças, conservação e política para explorar modelos de financiamento inovadores que alinhem a conservação marinha e resiliência do oceano com o crescimento económico.
O fórum centrou-se nos desafios e oportunidades do financiamento da proteção dos sistemas marinhos como instrumento fundamental para o combate à escalada das pressões climáticas e antropogénicas.
A sessão de reflexão foi aberta por Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, que destacou a importância do financiamento oceânico nos mais altos níveis de liderança económica e financeira.
José Soares dos Santos, Fundador e Presidente da Fundação Oceano Azul, participou num painel que juntou representantes do BNP Paribas, The Nature Conservancy, Blue Alliance, entre outros.
“Vamos construir grandes áreas marinhas protegidas que criem património natural para o planeta”, afirmou José Soares dos Santos.
“Não imaginam as mudanças nas mentalidades dos políticos e economistas se, de alguma forma, conseguirem integrar o valor do oceano nas contas de um país: subitamente, as ideias mudam. Sabem onde investir para aumentar património, não para aumentar dívida.
Devemos investir em património porque é assim que construímos empresas, é assim que construímos valor real”, acrescentou.
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