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Fundador do Twitter critica liderança de Elon Musk

O fundador e ex-CEO da plataforma, Jack Dorsey, criticou a prestação de Elon Musk à frente do Twitter e diz que o empresário “já se devia ter afastado” e que levou a rede social “ao desnorte” desde a polémica aquisição.
30 Abril 2023, 21h50

O fundador e ex-CEO do Twitter, Jack Dorsey, criticou abertamente o atual dono da rede social, Elon Musk. Numa série de publicações feitas na sexta-feira, Dorsey diz que o bilionário que também detém a Tesla e a SpaceX já se devia “ter afastado” e que levou a plataforma “ao desnorte”.

Dorsey liderou a plataforma desde a sua fundação até à venda a Musk, no ano passado, por 44 mil milhões – um negócio que se arrastou durante meses, com inúmeras reviravoltas, e que até motivou o levantamento de alguns litígios entre as entidades que financiaram a aquisição, os acionistas da empresa e o próprio Elon Musk.

Desde a venda, Dorsey tem estado investido no lançamento e desenvolvimento da Bluesky, que tem sido apontada por muitos utilizadores como uma potencial alternativa ao Twitter. Foi nessa rede social que fez alguns comentários à polémica e atrapalhada gestão do Twitter por parte do empresário.

Em resposta a um utilizador, que perguntou a Dorsey se esteve acreditava que Musk era o líder ideal para o Twitter, o ex-CEO respondeu apenas que “não”.

“Não. Nem penso que ele tenha agido de forma correta depois de se ter apercebido que o timing era mau. Nem penso que o Conselho de Administração devia ter forçado a venda. Foi um total desnorte”, escreveu, acrescentando que se sente otimista ao saber que novas plataformas de redes sociais descentralizadas, como a Bluesky, estão a ser construídas na nova iteração da web, a web 3.0.

Recorde-se que o fundador do Twitter tem apoiado publicamente a Bluesky desde 2019, quando ainda servia enquanto CEO do Twitter.

Contudo, chegou a apelidar Elon Musk como “a solução singular” para agarrar o volante do Twitter. Num tweet de abril do ano passado, Dorsey dizia que confiava na missão de Musk de “alargar a luz da consciência”. Um ano depois, as opiniões parecem ter mudado.

E que ano foi esse para a plataforma. Musk, que também é CEO da Tesla e da SpaceX, tem sido o alvo de incontáveis críticas à sua governança da rede social, que comprou por 44 mil milhões de dólares no ano passado.

Desde então, procedeu a ao despedimento de milhares de trabalhadores e reformolou a política interna da plataforma, com mudanças radicais e por vezes mal executadas de funcionalidades core do Twitter — uma transformação tão rápida e subversiva que levou centenas de anunciantes, políticos, jornalistas e celebridades a abandonar a plataforma.

O próprio negócio foi visto como uma confusão. Depois de fazer a oferta final para adquirir a plataforma por 44 mil milhões – cerca de 54,20 dólares por ação -, Musk tentou travar o negócio. Mas para isso teria que pagar uma coima de mil milhões de dólares e provar em tribunal que tinha boas razões para desistir da operação. E mesmo tendo levado o assunto para as barras dos tribunais, acabou por avançar com a compra.

Dorsey, que ainda é acionista do Twitter, apoiou o negócio nessa altura. Já esta sexta-feira admitiu que as coisas poderiam ter sido feitas de outra forma: “Acho que ele [Musk] deveria ter desistido e pagado os mil milhões” – não é é claro se Musk, ou mesmo o Twitter, tinham essa opção.

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