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Fundo gerido por robô faz sucesso no Banco Best

O novo fundo gerido por inteligência artificial foi o mais subscrito em dezembro e o banco quer manter o investimento na inovação tecnológica.
  • Tyrone Siu/Reuters
31 Janeiro 2018, 06h40

O primeiro fundo de ações gerido por inteligência artificial chegou a Portugal pela mão do Banco Best e está a fazer sucesso entre os clientes. A parceria entre o banco português e a gestora de ativos alemã Acatis resulta do interesse do Best no uso da tecnologia e foi apenas o primeiro passo.

“O que fizemos ao longo 2017 foi dar um grande enfoque a temas como a robótica, a digitalização e a inteligência artificial com uma filosofia de como as empresas podem beneficiar com o uso crescente de inteligência artificial, o que nos levou essencialmente a investir num espectro de empresas de tecnologia e aí os desempenhos foram muito positivos”, afirmou o diretor da área de investimentos do Best, Carlos Almeida. “Com esta parceria, o que procurámos foi fazer uso da própria inteligência artificial e deixar o próprio robô selecionar as melhores opções de investimento dentro de uma lógica mais tradicional da casa de gestão”.

No Acatis AI Global Equities Fund, a função do processo de inteligência artificial é identificar, de entre uma base de mais de quatro mil ações globais, as que são mais interessantes para cada cliente consoante indicadores são analisados constantemente. Feita a seleção, é necessária intervenção humana para realizar a compra ou venda. Duas vezes por ano, há uma rotação da própria carteira para acomodar as perspetivas por parte do próprio processo.
“Vimos como inovador, procurámos saber mais e a verdade é que no final de 2017, o fundo só estava disponível em dois países: Portugal e Alemanha. Trouxemos para Portugal pela primeira vez a Acatis e este fundo de gestão, que recebeu logo algum interesse por parte dos nossos investidores, que procuraram esta área”, explicou o diretor de investimentos, acrescentando que em o fundo foi o mais subscrito em dezembro. A 22 de janeiro, um mês depois do lançamento do fundo, cada unidade de participação tinha uma cotação de 102,21 euros, sendo que o investimento mínimo é de uma unidade de participação.

Carlos Almeida diz que a aposta decorre de um “compromisso de apresentar soluções inovadoras” aos clientes e que o Best continua à procura de “novos temas que poderão marcar a atualidade dos mercados nos próximos tempos”. Depois do robô gestor, o próximo passo poderá ser o robô advisor, que dá recomendações de investimento com base em respostas a uma série de questões.

“Andamos sempre à procura de outras tendências e é esse o nosso compromisso: não é inovar por inovar, mas para acrescentar algo novo aos nossos clientes. Neste caso concreto através de um produto, mas no futuro podemos utilizar noutras vertentes”, afirmou.

Apesar do interesse em inovação, o diretor de investimentos tem-se mantido à parte do mundo do blockchain e criptomoedas, que diz estar fora da esfera de atividade do banco, por falta de enquadramento legal. “Para que uma instituição financeira como o Banco Best participar nessa classe de ativos, é preciso que haja mais transparência e mais regulamentação porque caso contrário é completamente impossível participarmos nesse tipo de atividade”, acrescentou.

Artigo publicado na edição digital do Jornal Económico. Assine aqui para ter acesso aos nossos conteúdos em primeira mão

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