Fundo Virgínia Coutinho vai apoiar mulheres líderes em Moçambique

A empreendedora portuguesa Virgínia Coutinho, considerada uma das maiores especialistas em redes sociais do país, faleceu esta terça-feira vítima de doença oncológica, aos 36 anos. A fundadora e CEO da escola de marketing Lisbon Digital School deixa um legado na formação e de solidariedade internacional.

Virgínia Coutinho estava há várias semanas a preparar o lançamento de um fundo, através da Associação Girls Move, para apoiar nova geração de mulheres líderes em Moçambique – um país ao qual tinha uma ligação especial – através do projeto de mentoria Tech4Good. A iniciativa será mantida pela família, segundo um comunicado divulgado esta quarta-feira.

“Dizia ela que este era um ponto bom no que aconteceu, poder planear, dizer às pessoas que as amava. Lamenta não ter visto todos os que gostava. Será o fundo Virgínia Coutinho para ajudar jovens adolescentes, em Moçambique, país de que tanto gostava. Para além do seu donativo, fica o pedido para quem quiser contribuir para que o mundo bonito que a Gi [como era carinhosamente tratada pelos amigos] acreditava que conseguia ser, esteja a mais um passo de o ser”, explicam os entes queridos.

Autora da obra “The Social Book: Tudo o que precisa de saber sobre o Facebook”, Virgínia Coutinho era ainda formadora do Ateliê de Marketing Digital da Google, fundadora e co-host do evento Upload Lisboa e fundou uma marca de colares feitos com tecidos tradicionais africanos designada Kutsaka

Licenciada em Comunicação de Marketing peça Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Coimbra e com um mestrado em Gestão de Empresas pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, a sua formação académica passou ainda pelo Reino Unido, onde esteve na London College of Fashion da University of the Arts London a estudar Merchandising Visual e gestão de espaço.

Recentemente, Virgínia Coutinho foi oradora no evento “Falando da Europa”, um programa apoiado pela representação da Comissão Europeia e do Gabinete do Parlamento Europeu em Portugal. “Mesmo em áreas como psicologia ou direito, vocês vão ter de perceber as ferramentas digitais e tecnológicas para fazer bem o vosso trabalho. Estima-se que 50% dos empregos que existem neste momento vão desaparecer em 2025. Vai transformar-se a forma como nós olhamos para um trabalho e vão surgir muitas novas profissões”, disse aos alunos que assistiram à sessão online do DN.