Acaba de ser lançado o report da consultora Oliver Wyman – Turning ESG Data into a Edge for Private Equity, que analisa as atuais estratégias e processos ESG de 20 dos principais fundos europeus de private equity que, no seu conjunto, representam cerca de 30% dos ativos de capital de risco sob gestão na Europa.
A Oliver Wyman e a Novata inquiriram 20 dos principais fundos europeus de private equity acerca das suas atuais estratégias e processos ESG (Environmental, Social and Governance).
“Estes fundos gerem uma ampla base de carteiras diversificadas em vários sectores e regiões geográficas, algumas das quais com um valor total de 160 mil milhões de dólares”, revela a Oliver Wyman.
O estudo identifica quatro arquétipos ou estados de maturidade ESG dos fundos de capitais de risco europeus: básico, normal, melhorado e melhores práticas. “O nível mais básico englobaria as empresas que se envolvem com ESG a um nível puramente de conformidade, enquanto as empresas no nível mais elevado elevariam as suas políticas ESG a um ponto que lhes permitisse melhorar a gestão do risco e a criação de valor, aquilo que os autores especialistas do estudo designam por melhores práticas”, lê-se no relatório.
Atualmente, de acordo com o relatório, a maioria das empresas europeias de capital de risco encontra-se no arquétipo intermédio, o chamado arquétipo “standard.” As empresas deste nível estabeleceram uma estratégia ESG a nível da empresa e uma estrutura de governação interna ou nomearam responsáveis ESG, revela a análise. Além disso, já estão a considerar alguns riscos e oportunidades ESG em pontos do ciclo de vida do investimento, como a due dilligence. “Outro aspeto fundamental para pertencer a este nível é a capacidade de reconhecer e monitorizar vários KPI (Key Performance Indicators – indicadores-chave de desempenho) ESG essenciais, como, por exemplo, as emissões de carbono produzidas pelas empresas da carteira e pela própria atividade do fundo”, acrescenta a Oliver Wyman.
Entre as principais conclusões deste estudo destaca-se que 100% das empresas inquiridas indicaram que já veem o ESG a contribuir para o desempenho financeiro. 53% delas admitem que um forte compromisso com essas estratégias melhora a perceção da marca. Outros 47% dos inquiridos acreditam que a aplicação destes critérios conduz a um maior potencial de receitas provenientes da procura dos clientes e a uma maior fidelidade à marca.
Outra conclusão é que as empresas de capital de risco têm grande dificuldade em identificar e normalizar um modelo sobre o que medir, o que constitui um bom desempenho e como escolher parâmetros de referência significativos.
A gestão de métricas ESG em carteiras diversificadas, devido à sua natureza intensiva em termos de recursos, representa um desafio significativo para as equipas de ESG nas empresas de private equity, revela o estudo.
O grande volume e o carácter complexo dos indicadores ESG dificultam a utilização dos dados recolhidos para influenciar as decisões de investimento.
Ao contrário do desempenho financeiro, em que existem quadros universais e uma linguagem comummente estabelecida, os dados ESG carecem de normalização e de parâmetros de referência amplamente aceites.
Os inquiridos são bastante heterogéneos quanto à forma como definem e selecionam atualmente os indicadores ESG para as empresas da sua carteira. De facto, uma grande maioria (78%) indicou que a forma como isto é feito na sua empresa é através da utilização de indicadores e painéis de controlo normalizados internamente.
De acordo com Martín Sanchez, Sócio da área de Private Equity da Oliver Wyman, citado no comunicado, “nos próximos anos, as empresas que conseguirem utilizar os fatores ESG como uma vantagem competitiva gozarão de uma reputação mais forte junto dos parceiros de investimento, do público, das entidades reguladoras, da comunidade empresarial e dos meios de comunicação social”.
“Entre os seus muitos benefícios comerciais, é de esperar que a adoção de critérios ESG reduza as ineficiências operacionais ao longo do tempo, gere receitas a partir de produtos compatíveis com ESG e aumente a fidelidade dos clientes, e prepare melhor as empresas para as alterações regulamentares. Mas, antes de mais, o setor precisa de enfrentar os desafios da implementação de tais políticas, critérios e estratégias”, acrescenta Sanchez.
Os critérios ambientais, sociais e de governação (ESG) vieram para ficar em todos os setores e áreas da economia. Nos últimos 10 anos, impulsionada pela regulamentação e pelas preocupações com a gestão do risco, a conformidade com os critérios ESG evoluiu de uma atividade comercial menor para uma necessidade estratégica de todas as empresas privadas.
Existem atualmente regulamentos europeus, como o Regulamento de Divulgação de Finanças Sustentáveis (SFDR), a Diretiva de Reporte de Sustentabilidade Corporativo (CSRD), e a Taxonomia da UE, que obrigam os participantes no mercado financeiro a comunicar publicamente dados ESG.
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