Os fundos de investimento são uma das opções mais utilizadas por investidores em busca de um rendimento adicional com boas perspetivas de rentabilidade e algum risco associado. No entanto, a enorme diversidade de fundos, com diferentes composições de ativos, maturidades e objetivos, pode tornar a escolha do investimento particularmente desafiante, mesmo para profissionais.
Descubra, neste artigo da autoria do ComparaJá.pt, o que é um fundo de investimento, quais os benefícios e riscos, e o que ter em conta para escolher.
Os fundos de investimento são produtos financeiros compostos pelo capital de múltiplos investidores (particulares, empresas ou mesmo Estados) e que investem em dezenas ou até centenas de ativos diferentes, como ações, obrigações, matérias-primas, investimentos alternativos, e até imobiliário.
Como o montante total do fundo é superior ao que cada investidor poderia investir individualmente, este veículo confere acesso a opções de maior envergadura e, idealmente, melhores perspetivas de rentabilidade e estabilidade.
Ao subscrever um fundo, os investidores passam a ser proprietários de Unidades de Participação (UP), de igual valor para todos os participantes. As UP são cotadas diariamente e representam a valorização atualizada do fundo. A evolução do preço dos ativos que compõem o fundo fará oscilar o valor do seu investimento. Pode acontecer que todas as cotações do ativo subam, que todas desçam ou que umas subam e outras desçam.
Outro ponto a reter sobre os fundos de investimento é que os investidores não têm poder de influenciar as decisões de utilização do capital – estes produtos são geridos exclusivamente por profissionais, e cabe a estes a decisão das ações a investir e do capital utilizar, de acordo com a análise do mercado que efetuam e a política estabelecida para o fundo (que pode consultar antes de subscrever no respetivo prospeto).
Por fim, antes de tomar qualquer decisão, deve ter em conta que nos fundos existe o risco de perda total do capital investido.
Obrigações, ações, mistos ou imobiliários. Existem vários tipos de fundos de investimento, que se adequam a diferentes objetivos, perfis de risco e prazos.
Quem compra um fundo de obrigação está a emprestar dinheiro a um país ou a uma empresa, em troca do compromisso em receber a devolução do capital emprestado, adicionando os juros entretanto acumulados, que constituem um rendimento periódico. Esta é uma forma de entidades recetoras se financiarem; o capital que recebem da emissão de obrigações é visto como um empréstimo.
Regra geral, o investimento neste tipo de fundos exige um capital inicial mais elevado do que outras opções. Como contrapartida, o risco tende a ser mais reduzido, pois o capital é assegurando por uma entidade estável de grandes dimensões. Mas, claro, no que toca a investimentos não há “risco zero”.
Os fundos de ações funcionam da mesma forma, com a diferença que se aplicam a frações do capital social de uma empresa, passando o investidor a ser acionista dessa sociedade. Por exemplo, um fundo de investimento em ações americanas pode conter ações de 50 ou 60 empresas ao mesmo tempo.
A evolução das cotações (e o retorno do investimento) passa assim a depender de fatores intrínsecos à atividade e gestão da empresa, para além das volatilidades normais do mercado e da sociedade em geral.
Os investidores que participam neste tipo de fundos devem ter um perfil de risco mais arrojado: por um lado, procuram uma rentabilidade mais elevada e, por outro, suportam uma maior exposição aos riscos de perder capital.
Os fundos mistos, como o próprio nome indica, são fundos que conjugam as características dos fundos de obrigações e dos fundos de ações. Ou seja, num único fundo combinam-se diferentes classes de ativos, como ações e obrigações. É uma forma de aceder a uma carteira amplamente diversificada, reduzindo o risco e perspetivas de rentabilidade, em função da maior ou menor alocação de capital a cada ativo.
Pela flexibilidade que apresenta, adapta-se facilmente à maioria dos perfis de risco. Um investidor mais conservador escolherá um fundo misto com uma maior percentagem de obrigações, enquanto um investidor mais ousado preferirá um fundo misto com uma maior percentagem de ações.
Ao contrário dos anteriores, que investem em ativos mobiliários, como obrigações e ações, os fundos de investimento imobiliário investem em ativos como imóveis, terrenos e arrendamentos. Geram um rendimento estável e são uma forma de aceder ao mercado imobiliário, sem necessidade de investir o valor total de entrada, relacionado com a compra.
Existem ainda muitos outros tipos de fundos, que investem em Depósitos, e até Certificados do Tesouro.
Participar num fundo de investimento traz várias vantagens. A principal é beneficiar do conhecimento e experiência do gestor de fundo e também dos especialistas que o apoiam. Esta gestão ativa em equipa permite ajustar o melhor momento de transação de acordo com o mercado financeiro e, dessa forma, tentar obter melhor rentabilidade.
Além disso, os fundos são uma forma de entrar noutros mercados e setores aos quais não teria acesso se investisse a título particular– atendendo aos montantes elevados que são necessários para investir diretamente. Por outro lado, são um veículo diversificado por natureza o que, regra geral, acarreta menos risco do que investir apenas em ações de uma única empresa.
Contudo, existem também alguns riscos que deve considerar antes de participar em fundos de investimento. O conhecimento e a experiência do gestor do fundo e dos especialistas não garantem rentabilidade. Aliás, os fundos de investimento não têm capital nem taxas garantidas.
A perda será tanto maior quanto a desvalorização dos ativos, que se encontra dependente de flutuações fora do controlo dos intervenientes (como ouro, petróleo, câmbios, acontecimentos sociais e mundiais). Um histórico de elevadas rentabilidades passadas não é garantia para o futuro.
A regra basilar de qualquer decisão financeira aplica-se também aos fundos de investimento: quanto maior a rentabilidade, maior o risco. Assim, para tomar uma decisão consciente e ponderada, analise bem os riscos e vantagens para a sua situação em particular.
Se está a pensar em investir, siga estas 5 dicas que vão ajudar a definir uma estratégia de investimento.
Qualquer investimento que faça acarreta sempre algum grau de risco. Por isso, antes de avançar, é importante saber como lida com o risco inerente à operação. Para ajudar nesse processo de introspeção, procure classificar o seu perfil de risco, em baixo, médio ou elevado.
Prefere investimentos seguros? Está disposto a correr riscos para ter maiores rentabilidades? Está preparado para perder todo o capital investido? As respostas a estas perguntas vão ajudar a encontrar o seu perfil de risco.
Se respondeu positivamente apenas à primeira pergunta, provavelmente os fundos de investimento não são para si. Contudo, as respostas afirmativas às seguintes já abrem a possibilidade de participar em fundos de investimento.
O cenário ideal seria existir um fundo de investimento com grande potencial de rentabilidade a curto prazo e que permitisse, em simultâneo, a entrada e saída dos investidores sempre que desejassem. Contudo, o cenário real é bem diferente. Se não consegue lidar com a volatilidade do fundo, deve evitar fundos que não permitem levantamentos a qualquer momento.
Por outro lado, os fundos de investimento procuram participantes que aceitem o risco a longo prazo; normalmente, os fundos de maior risco podem implicar prazos de investimento superiores a 5 anos. Assim, tome tempo para decidir o período temporal durante o qual está disposto a investir, com os riscos associados.
Consulte o prospeto simplificado ou geral associado ao fundo de investimento. Neste documento vai encontrar todas as características do fundo, como a entidade gestora, a política de investimentos, comissões, fiscalidade, composição da carteira, entre outros.
Verifique se o fundo possui consistência nas suas rentabilidades; dito doutro modo, se existe um histórico de vários anos de retornos positivos. Desta forma, poderá avaliar se o fundo onde está a pensar investir possui rentabilidade positiva ao longo do horizonte temporal que definiu para si.
Uma das boas práticas de investimento em fundos é a diversificação. Dividindo todo o seu investimento por fundos de maior risco e menor risco, terá maior probabilidade de obter rentabilidades médias positivas.
Além disso, diversifique de acordo com o seu perfil de risco. Se não estiver disposto a arriscar, invista uma maior percentagem de capital em fundos de menor risco (sabendo, porém, que a rentabilidade será menor), e vice-versa.
Muitos investidores ainda vêm nos fundos de investimento uma oportunidade para gerar ganhos rápidos, a curto prazo. É possível que assim seja, em casos pontuais, mas construir riqueza de forma sustentável exige que se pense e invista a longo prazo.
A principal vantagem de investir a longo prazo é a redução do risco. Manter os investimentos durante mais tempo permite enfrentar os altos e baixos do mercado. Por exemplo, embora o índice S&P 500 tenha um ótimo histórico, a rentabilidade varia com o tempo e, em qualquer período curto o índice pode cair substancialmente.
Pensar a longo prazo compensa também na rentabilidade. Como a carteira tem mais tempo para recuperar das volatilidades do mercado, o investidor pode ser mais agressivo na sua exposição ao risco. Isto, em princípio, será refletido numa rentabilidade superior.
Para colher estes benefícios, os investidores que colocam dinheiro no mercado devem ser capazes de o manter por pelo menos três a cinco anos, e quanto mais, melhor.
Depois de ficarem bem esclarecidos todos os riscos e as potencialidades em termos de retorno que estes mecanismos podem oferecer, poderá, numa segunda fase, considerar o investimento em fundos.
Comece por planear uma estratégia de investimento coerente com o seu perfil de risco e com o horizonte temporal adequado a si. De seguida, poderá iniciar o processo junto das entidades comercializadoras autorizadas, como bancos ou instituições financeiras.
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