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Fundos europeus não são um “eldorado”, diz Raquel Coelho

Já José Manuel Rodrigues, diz que é inegável afirmar que “vamos continuar a precisar como de pão para a boca” dos fundos da União Europeia.
  • fotografia: Assembleia Legislativa da Madeira
19 Março 2019, 15h00

Raquel Coelho disse esta terça-feira que os fundos comunitários não são um “eldorado” como se faz crer: A deputada explica que para além de garantirem parte do desenvolvimento da Região, “também foram uma causa da nossa desgraça”.

A deputada do PTP disse isto na Assembleia Legislativa da Madeira, enquanto estava em discussão um projeto-resolução da autoria do CDS sobre a importância dos fundos europeus para a Região. O deputado centrista, José Manuel Rodrigues lembrou em plenário que desde a adesão à União Europeia, a Região já recebeu 3 mil 800 e 60 milhões de euros.

Ora, para Raquel Coelho, o que não se disse é que a par desses mais de 3 mil milhões de euros, vieram também 6 mil milhões de euros de dívida. Segundo a deputada do PTP, o CDS esqueceu-se de que os fundos comunitários não apoiavam a 100% os investimentos e que a Madeira tinha de pôr sempre 20%. Mas o “descalabro das contas públicas regionais” deu-se porque “Alberto João, na sede de garantir todos e mais algum fundo europeu entrou no regabofe de garantir obras que eram desnecessárias”.

Já José Manuel Rodrigues, diz que é inegável afirmar que “vamos continuar a precisar como de pão para a boca” dos fundos da União Europeia.

O deputado independente, Gil Canha, recorda as palavras da Chanceler alemã, Angela Merkel, quando disse que os fundos estruturais que vieram para a Madeira “caíram numa espécie de saco roto”. Ou seja, em vez de aumentarem a competitividade económica da Região e criarem um desenvolvimento mais sustentável, serviram “para alimentar os grandes tubarões e os paraísos fiscais”, explica Gil Canha, dando como exemplo empresários na Madeira ligados ao lobby da construção civil, com contas nas Ilhas Virgens e Gibraltar.

José Manuel Rodrigues reconhece que realmente os fundos da UE poderiam e deveriam ter sido mais bem aproveitados pelos governos do PSD.

O deputado independente critica ainda a postura do Vice-presidente do Governo Regional por iniciar um ciclo onde se repete “o mesmo”, voltando “à velha forma que nos levou ao descalabro financeiro”, fazendo referência à “política do betão”. O CDS diz que só concorda com esta política quando há retorno económico e social, “agora quando é apenas para alimentar alguns lobbys já é mau”, diz José Manuel Rodrigues.

 

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