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Fusão do CaixaBank com o Bankia aprovada em assembleia geral

Criação do maior banco em Espanha está agora apenas dependente da aprovação das autoridades regulamentares competentes. Agência de notação financeira DBRS diz que os benefícios da fusão vão demorar tempo a serem atingidos e alerta para a deterioração do rácio de NPL do CaixaBank logo após a operação.
  • Albert Gea/Reuters
4 Dezembro 2020, 12h03

Esta quinta-feira, os accionistas do CaixaBank aprovaram em assembleia geral a fusão com o Bankia, que está agora dependente da aprovação das autoridades reguladoras competentes. Com a fusão, o CaixaBank, que é o dono do BPI, vai tornar-se na maior instituição de crédito no mercado espanhol e o terceiro maior grupo espanhol, com ativos de cerca de 665 mil milhões de euros, diz a agência de notação financeira DBRS, tendo em conta a dimensão dos dois bancos no final de setembro deste ano.

A agência de notação financeira considera que existe “uma probabilidade elevada” de que a fusão se concretize durante o primeiro trimestre de 2021, e que irá beneficiar o rating do Bankia.

A DBRS antecipa que o CaixaBank, que vai absorver o Bankia, terá uma quota de mercado em Espanha de 26,7% depois da fusão entre os dois bancos, acima da quota de mercado do Santander (15,9%) e do BBVA (14,5%).

As sinergias entre os dois bancos vão ainda ter um impacto positivo nas receitas e nos custos. Por um lado, a agência de notação financeira estima que, até 2025, as receitas do CaixaBank deverão atingir os 290 mil milhões de euros. Por outro lado, as sinergias deverão resultar num corte de custos de 770 milhões de euros até 2023.

Ainda assim, a DBRS salienta que “os benefícios da fusão vão demorar tempo a ser alcançados, nomeadamente nas receitas e nas sinergias dos custos”.

Além disso, “a nova entidade terá maior flexibilidade para absorver crédito malparado e para implementar planos de reestruturação, uma vez que a fusão terá um impacto positivo nos rácios de capital do CaixaBank”, diz a DBRS, antecipando que o rácio CET1 deverá subir 50 pontos base face a junho de 2020.

Há, no entanto, riscos relativos à operação, sendo um deles a migração da tecnologia de informação para o CaixaBank. Segundo a DBRS, “a dimensão e a operação desta operação não tem precedentes e, por isso, os riscos relativos à migração de tecnologia de informação são consequentemente elevados”.

Também a qualidade do crédito do ‘novo’ CaixaBank poderá constituir um risco, porque a qualidade do crédito combinada dos dois bancos é menor do que a qualidade do crédito do CaixaBank atualmente.

“O Bankia tem mais ativos não performantes do que o CaixBank. Consequentemente, o rácio de NPL do CaixaBank deverá deteriorar-se em cerca de 50 pontos base” face ao rácio registado em setembro de 2020, por causa da fusão, antecipa a DBRS, sendo que o rácio de NPA deverá agravar-se em 80 pontos base.

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