De acordo com o relatório anual publicado pela TTR Data em janeiro deste ano, as operações agregadas de Fusões e Aquisições (M&A), Private Equity, Venture Capital e aquisições de ativos (asset acquisitions) movimentaram um valor total agregado de 385,3 milhões de euros em Portugal (-62,16% que no mês homólogo do ano anterior), em 40 operações, das quais 30 (75%) já estão mesmo concluídas. A TTR ressalva que nestas operações, apenas em 11 o valor foi divulgado.
O número de operações em Portugal também caiu 42,03% face a janeiro de 2024.
O valor agregado das operações em Portugal contrasta com o valor em Espanha que registou em janeiro 188 operações no valor 2.121 milhões de euros (valor inferior em 47,24% ao registado um ano antes). Destas 173 operações (92%) já estão concluídas.
Detalhando, em Portugal em janeiro deste ano houve 23 operações de M&A com um valor agregado de 308 milhões de euros. Destas estão ainda em curso sete no valor de 304 euros milhões. Foram concluídas 16 de 4 milhões de euros.
Depois temos as operações de Private Equity, e em janeiro, foram quatro as operações em Portugal no valor de 10 milhões de euros, todas concluídas.
Em termos de Venture Capital, que é um tipo de investimento voltado a startups e empresas emergentes com alto potencial de crescimento, em janeiro houve três transações de 44 milhões de euros, também todas já concluídas.
Por fim nas operações de aquisição de ativos, Portugal regista 10 transações de valor global de| 24 milhões de euros, das quais três ainda estão em curso (essas têm um valor de 4 milhões de euros), e foram concluídas sete no montante de 20 milhões.
A TTR de Janeiro 2025 elege a aquisição da Bolseira pelo fundo de Private Equity Core Capital como o negócio do mês em Portugal. Já em Espanha o negócio do mês foi a aquisição pela Mapletree de um portfólio de armazéns logísticos em Espanha à Blackstone.
Em Portugal, os subsetores com mais negócio (M&A) foram Real Estate (sete); Viagens, Hotelaria e Lazer (cinco); Internet, Software e Serviços de Tecnologias de Informação (quatro); e Suporte Empresarial e Profissional (quatro). Quando comparado com o mesmo período no ano anterior verifica-se que as operações de imobiliário caíram -46%; as de Internet, Software e IT recuaram -43%; tal como as de Business & Professional Support que caíram 43%. Apenas o setor Travel, Hospitality & Leisure viu crescerem as operações em janeiro deste ano (+67%).
No que diz respeito ao mercado transfronteiriço (cross-border), a TTR referindo-se a qualquer transação de fusão e aquisição que envolva um comprador, vendedor ou alvo sediado fora de Portugal, revela que as aquisições estrangeiras no subsetor da Tecnologia e Internet foram 3 em janeiro deste ano (-75,00% face ao mesmo período do ano anterior).
Em janeiro deste ano não houve nenhuma transação de fundos estrangeiros de Private Equity e Venture Capital a investirem em empresas sediadas em Portugal, ao contrário do ano passado.
A ausência de adquirentes sediados nos EUA de empresas sediadas em Portugal manteve-se em janeiro deste ano.
No primeiro mês do ano Portugal regista, em termos de empresas sediadas em Portugal a adquirir alvos no estrangeiro (incluindo as aquisições efectuadas por filiais estrangeiras de entidades sediadas em Portugal), 11 operações no valor de 51,26 milhões de euros, das quais duas estão em curso (sem valor divulgado) e nove estão concluídas (no valor de 51,26 milhões).
No que diz respeito ao mercado transfronteiriço, as empresas portuguesas escolheram Espanha, os Estados Unidos, a Dinamarca, Brasil, França, Países Baixos e Reino Unido (por ordem decrescente). Com três operações em Espanha, duas nos EUA e Dinamarca e os restantes mercados foram alvo de apenas uma operação.
Já em termos de empresas estrangeiras que adquirem alvos sediados em Portugal (esta análise inclui aquisições efectuadas por filiais locais de entidades estrangeiras) em janeiro foram também 11 negócios, no valor de 6,04 milhões de euros, das quais três ainda estão em curso e não foram divulgados valores. As restantes oito estão concluídas.
Por outro lado, Espanha (seis), Brasil (três), Reino Unido (dois), França (dois), e Luxemburgo (um) são os países que realizaram um maior número de investimentos em Portugal em janeiro. O investimento dos investidores espanhóis foi de 2,04 milhões e os restantes quatro milhões de euros vieram do Brasil.
Quer nas aquisições Inbound, quer nas Outbound não nenhum setor que seja predominante sobre os outros.
Discriminando por tipo de operação, verifica-se que no Private Equity, das quatro operações registadas em janeiro apenas uma foi uma transação doméstica e essa é que tem o valor de 10 milhões de euros. As restantes três operações foram operações cross-border cujos valores dos negócios não são conhecidos.
No Private Equity, duas operações são no setor dos contentores e embalagens (incluindo a aquisição da Bolseira pelo fundo Core Consolida da Core Capital cujo montante é de quase 10 milhões de euros.
Depois há uma operação no setor do marketing e publicidade e outra no setor alimentar. O fundo português HCapital é o autor de uma das operações e o fundo de Private Equity suíço Ufenau Capital Partners é o autor de outra das transações.
A TTR dá conta ainda dos desinvestimentos feitos pelos fundos de Private Equity em janeiro e contabiliza apenas um, do fundo espanhol Corpn Capital, que fez uma venda no setor alimentar.
Já no segmento do Venture Capital (capital de risco) as três operações registadas são todas cross-border. O montante agregado de 44 milhões de euros está repartido pelo investimento do consórcio composto pelas empresas de capital de risco Connect Ventures (Reino Unido), da Kickstart Fund (EUA), da Monashees (Brasil), da Pelion Venture Partners (EUA), da Samsung Next (EUA), Toba Capital (EUA) e Valutia Capital (Brasil) numa operação de 38,38 milhões de euros.
Depois há uma operação feita pelos fundos EdenBase (Reino Unido), German Media Pool VC (Alemanha) e a portuguesa Iberis Capital no valor de 3,10 milhões.
Por fim há uma operação de Venture Capital do fundo ibérico Buenavista Equity Partners, Buenavista Ventures Portugal, no valor de 2,04 milhões de euros.
As empresas de capital de risco concentram-se em startups e negócios em fase inicial, enquanto os investidores de Private Equity têm como alvo empresas estabelecidas.
Não houve desinvestimento dos fundos de Venture Capital em janeiro.
Por fim a aquisição de ativos que movimentou 24 milhões de euros em 10 operações, está repartida 50% operações domésticas e 50% operações cross-border.
Quatro operações são no setor imobiliário (Real Estate); três em Energias Renováveis; duas em Viagens, Hotelaria e Lazer; e uma em Agricultura, Pesca e Caça.
Maiores transações do mês
A compra pela NOS da Claranet Portugal no valor de 152 milhões de euros lidera as operações de M&A do mês.
A compra pelo grupo Vila Galé do Vila Galé Eco Resort do Cabo (Brasil) à Funcef por 9,78 milhões é a segunda do ranking de M&A.
A compra pela Câmara Municipal da Maia ao Private Shareholders Portugal I da Quinta do Mosteiro por 5,20 milhões é a terceira.
A aquisição pelo Property Core FII do imóvel que está arrendado ao Pingo Doce na zona de Sintra ao Private Shareholders Portugal I, por 5 milhões de euros, é a quarta operação de M&A do mês.
Depois no segmento de Private Equity, surge a compra pela Core Capital ao Private Shareholders Portugal I da Bolseira – Embalagens por 9,5 milhões de euros. Um negócio que teve como assessores jurídicos a SRS Legal pelo lado do sell-side e a sociedade CS’Associados no buy-side. A Core Capital contou ainda com a assessoria da EY.
Já nas operações de Venture Capital, o ranking é liderado pela compra da Music AI por 38,38 milhões de euros pelo consórcio compostos pelos fundos Monashees, Connect Ventures, Mindset Ventures, Private Shareholders United States I, Samsung Next, Valutia Capital, Kickstart Fund, Toba Capital e Pelion Venture Partners.
Segue-se a compra do Tryp.com pelos Private Shareholders I, German Media Pool VC, Iberis Capital, ITV Studios, EdenBase, por 3,10 milhões.
Finalmente a compra da Virtuleap pelo fundo Buenavista Ventures Portugal (Buenavista Equity Partners), por 2,04 milhões, foi a terceira deste ranking.
Big Four: Financial Advisors + Due Diligence
EY Portugal liderou em janeiro com a assessoria à Core Capital na compra da Bolseira, no ranking das operações agregadas de Fusões e Aquisições (M&A), Private Equity, Venture Capital e aquisições de ativos.
Financial Advisors
A Alkar Corporate Finance lidera o ranking de assessoria financeira só no Private Equity.
Legal Advisors
Nos advogados a liderança cabe à Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva &
Associados em montante das transações e a Cuatrecasas Portugal em número de operações.
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