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Futebol online. Sorare angaria mais 40 milhões e prevê chegar a todos os clubes da liga este ano

“A base de utilizadores tem vindo a crescer 93% mês a mês em Portugal nos últimos três meses, muito acima da média global, que é de 55% mês a mês nos últimos três meses”, diz ao Jornal Económico o CEO da startup francesa.
25 Fevereiro 2021, 07h40

Os jogos online mostram cada vez mais potencial. A startup francesa Sorare, que criou uma plataforma de compra e venda de cartões desportivos virtuais, recebeu mais 40 milhões de euros de financiamento numa ronda – série A – liderado pela sociedade de capital de risco norte-americana Benchmark (investidores da eBay).

A tecnológica, que tem parcerias com os clubes portugueses FC Porto, SL Benfica e Sporting CP, contou ainda com o apoio financeiro da Accel – também do outro lado do Atlântico – e de business angels, como o avançado do FC Barcelona Antoine Griezmann ou o fundador da Coinbase, Fred Ehrsam. O objetivo é acelerar as contratações, conforme detalha ao Jornal Económico (JE) o CEO.

“Iremos contratar engenheiros de software e developers móveis e um líder de produto com experiência em jogos. Planeamos triplicar a equipa antes do final do ano, crescendo para cerca de 30 funcionários no nosso escritório em Paris. Por enquanto, teremos apenas um escritório em Paris, mas podemos abrir novos escritórios em 2022, dependendo da necessidade e do talento que pudermos encontrar noutro local”, avançou Nicolas Julia.

A empresa criou um mercado online que permite aos utilizadores comprarem e venderem colecionáveis digitais que representam jogadores de futebol através de tecnologia blockchain (mais concretamente com criptomoedas Ethereum), que é utilizada para determinar quem detém essas cartas e o grau de exclusividade das mesmas.

Portugal é um mercado no qual Sorare quer continuar a investir, dado que o crescimento verificado nos últimos meses tem-se fixado acima da média dos restantes países, segundo o diretor executivo.

“A base de utilizadores tem vindo a crescer 93% mês a mês em Portugal nos últimos três meses, muito acima da média global, que é de 55% mês a mês nos últimos três meses. Estamos muito felizes em ver que cada vez mais utilizadores portugueses estão a interagir com a Sorare. Mais importante: hoje temos os três grandes clubes em Portugal, mas ambicionamos integrar toda a liga portuguesa na Sorare até ao final do ano”, garante.

A ideia por trás deste negócio está no jogo Global de Fantasy Footbal, que foi lançado em março de 2019 por Nicolas Julia e o seu sócio, Adrien Montfort, como uma alternativa para os adeptos festejarem, partilharem e viverem plenamente a sua paixão pelo futebol, com um ‘senão’: apenas online. Hoje, contabiliza mais de 3,5 milhões euros de volume de trocas de cartões e, portanto, as intenções deste reforço de capital são também para dar gás ao crescimento desta comunidade e lançar uma aplicação móvel para o jogo.

Questionado sobre se a startup ambiciona lançar-se noutra modalidade, Nicolas Julia foi taxativo: o desporto-rei é para manter. “Começámos com o futebol, o desporto mais popular do mundo. Por enquanto, vamos nos concentrar no futebol. São 4 mil milhões de fãs de futebol em todo o mundo. Sentimos que a oportunidade é enorme para construir a plataforma digital colecionável de futebol mais atraente que existe, com ótimos jogos ao seu redor”, explicou ao JE.

A primeira ronda de financiamento da Sorare, no verão passado, contou com a participação da Partech, Fabric a Ventures, Semantic Ventures e do ex-jogador alemão André Schürrle. Pouco depois, angariou 4 milhões de dólares (cerca de 3,4 milhões de euros) numa ronda liderada pela gestora de capital de risco norte-americana e.ventures.

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