João Galamba inicia hoje uma visita de quatro dias ao Japão com o hidrogénio verde na agenda. O secretário de Estado Adjunto e da Energia inicia esta segunda-feira a visita à cidade japonesa de Tóquio.
A viagem vai servir para “aprofundar as relações bilaterais empresarias e políticas entre os países. Acompanhado por 16 empresas, associações e instituições, o secretário de Estado pretende explorar as sinergias que possam aportar valor à estratégia nacional de hidrogénio”, segundo comunicado divulgado pelo ministério do Ambiente e da Ação Climática.
“Com a crescente competitividade das energias renováveis em Portugal, o Governo pretende potenciar a produção e exportação de hidrogénio verde, estando a planear a transformação e conversão de infraestruturas para passar do transporte de combustíveis fósseis para o hidrogénio”, de acordo com o comunicado.
O governante vai reunir-se com o vice-ministro da Economia, Comércio e Indústria, Hiromasa Nakano, e o diretor-geral da Agência para os Recursos Naturais e Energia, Yasuhiro Matsuyama.
“Com o aparecimento de um mercado internacional nesta área, o Governo pretende colocar Portugal na dianteira desta oportunidade global. Esta aposta tem também reflexos na mobilidade sustentável, área na qual o Governo já desenvolveu medidas, nomeadamente parcerias para a produção de autocarros sustentáveis movidos a hidrogénio”, segundo o ministério do Ambiente e da Ação Climática.
Entre a comitiva portuguesa encontra-se a Associação Portuguesa de Empresas de Gás Natural (AGN), o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) ou o Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica. A comitiva também vai visitar a 16ª edição da Expo Internacional de Hidrogénio e Células de Combustível (FC Expo 2020).
Produzir hidrogénio verde em Sines
Sines pode vir-se a tornar-se num dos principais centro de produção de hidrogénio verde no sul da Europa na próxima década. Esta é a ambição da Resilient Ventures, empresa liderada pelo holandês Marc Rechter, que reside em Portugal há vários anos.
O promotor pretende construir uma central de produção de hidrogénio verde nesta cidade da costa alentejana. Este projeto tem um custo estimado de 3,5 mil milhões de euros e a sua operação poderá arrancar em 2025.
Os próximos passos passam por fechar financiamentos públicos e privados, incluindo apoios europeus em Bruxelas.
“Queremos posicionar Sines como o centro principal de hidrogénio do sul da Europa. Queremos apresentar o projeto [na Comissão Europeia] o mais rapidamente possível”, disse Marc Rechter em entrevista ao Jornal Económico no dia 7 de fevereiro.
O projeto prevê a construção de uma fábrica de electrolisadores em escala industrial, outra fábrica para produzir painéis solares fotovoltaicos, uma central solar e uma central de hidrogénio verde.
O objetivo é produzir hidrogénio verde em Sines, a partir de energia renovável, para depois ser transportado em estado gasoso para o norte da Europa. E para que serve este hidrogénio? “É usado nas refinarias, nas indústrias do aço, cimenteira, farmacêutica, de vidro, fertilizantes”, explicou Marc Rechter, apontando que estes setores usam atualmente hidrogénio cinzento e que estão a procurar alternativas menos poluentes.
O ministro do Ambiente avançou a semana passada que o projeto tem o início de construção previsto para 2021. Já o promotor prevê que a produção de hidrogénio verde em Sines possa arrancar em 2025.
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