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Galamba inicia hoje visita ao Japão com hidrogénio verde na agenda

O secretário de Estado da Energia vai visitar o país do sol nascente para “explorar as sinergias que possam aportar valor à estratégia nacional de hidrogénio”. Um projeto previsto para Sines visa construir uma central de produção de hidrogénio verde em Portugal.
24 Fevereiro 2020, 08h10

João Galamba inicia hoje uma visita de quatro dias ao Japão com o hidrogénio verde na agenda.  O secretário de Estado Adjunto e da Energia inicia esta segunda-feira a visita à cidade japonesa de Tóquio.

A viagem vai servir para “aprofundar as relações bilaterais empresarias e políticas entre os países. Acompanhado por 16 empresas, associações e instituições, o secretário de Estado pretende explorar as sinergias que possam aportar valor à estratégia nacional de hidrogénio”, segundo comunicado divulgado pelo ministério do Ambiente e da Ação Climática.

“Com a crescente competitividade das energias renováveis em Portugal, o Governo pretende potenciar a produção e exportação de hidrogénio verde, estando a planear a transformação e conversão de infraestruturas para passar do transporte de combustíveis fósseis para o hidrogénio”, de acordo com o comunicado.

O governante vai reunir-se com o vice-ministro da Economia, Comércio e Indústria, Hiromasa Nakano, e o diretor-geral da Agência para os Recursos Naturais e Energia, Yasuhiro Matsuyama.

“Com o aparecimento de um mercado internacional nesta área, o Governo pretende colocar Portugal na dianteira desta oportunidade global. Esta aposta tem também reflexos na mobilidade sustentável, área na qual o Governo já desenvolveu medidas, nomeadamente parcerias para a produção de autocarros sustentáveis movidos a hidrogénio”, segundo o ministério do Ambiente e da Ação Climática.

Entre a comitiva portuguesa encontra-se a Associação Portuguesa de Empresas de Gás Natural (AGN), o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) ou o Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica. A comitiva também vai visitar a 16ª edição da Expo Internacional de Hidrogénio e Células de Combustível (FC Expo 2020).

Produzir hidrogénio verde em Sines

Sines pode vir-se a tornar-se num dos principais centro de produção de hidrogénio verde no sul da Europa na próxima década. Esta é a ambição da Resilient Ventures, empresa liderada pelo holandês Marc Rechter, que reside em Portugal há vários anos.

O promotor pretende construir uma central de produção de hidrogénio verde nesta cidade da costa alentejana. Este projeto tem um custo estimado de 3,5 mil milhões de euros e a sua operação poderá arrancar em 2025.

Os próximos passos passam por fechar financiamentos públicos e privados, incluindo apoios europeus em Bruxelas.

“Queremos posicionar Sines como o centro principal de hidrogénio do sul da Europa. Queremos apresentar o projeto [na Comissão Europeia] o mais rapidamente possível”, disse Marc Rechter em entrevista ao Jornal Económico no dia 7 de fevereiro.

O projeto prevê a construção de uma fábrica de electrolisadores em escala industrial, outra fábrica para produzir painéis solares fotovoltaicos, uma central solar e uma central de hidrogénio verde.

O objetivo é produzir hidrogénio verde em Sines, a partir de energia renovável, para depois ser transportado em estado gasoso para o norte da Europa. E para que serve este hidrogénio? “É usado nas refinarias, nas indústrias do aço, cimenteira, farmacêutica, de vidro, fertilizantes”, explicou Marc Rechter, apontando que estes setores usam atualmente hidrogénio cinzento e que estão a procurar alternativas menos poluentes.

O ministro do Ambiente avançou a semana passada que o projeto tem o início de construção previsto para 2021. Já o promotor prevê que a produção de hidrogénio verde em Sines possa arrancar em 2025.

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