A saída de Filipe Silva do cargo de CEO da Galp pode mudar o destino da petrolífera e deixar uma das maiores empresas portuguesas mais apetecíveis a uma potencial investida. A conclusão é do analista Biraj Borkhataria, do Royal Bank of Canada, numa nota de research a que o “Negócios” teve acesso.
Explica o jornal, com base nesta nota, que o crescimento do negócio da Galp na Namíbia e no Brasil pode tornar a petrolífera como um alvo mais apetecível e de uma “investida de um potencial comprador”. Assim, o líder de análise de transição energética global do RBC Europe, avança que esta cotada torna-se ainda mais atrativa para uma operação de fusão e aquisição e até avança com o nome de um possível interessado: os norte-americanos da Chevron.
Para este analista, a reorganização dos negócios em África a par do “crescimento material do volume a curto prazo através do projeto Bacalhau no Brasil” é uma conjugação de motivos que pode levar a que se equacione esta possível aquisição. Desta forma, a Galp poderá tornar-se “uma opção apelativa para uma grande empresa dado o enfoque na longevidade dos recursos e o sucesso limitado da exploração noutras empresas do setor nos últimos anos”, desta Biraj Borkhataria citado pelo “Negócios”.
O novo CEO da Galp vai ser interino, sabe o Jornal Económico. A escolha que será anunciada nos próximos dias vai recair num nome da casa. Esta foi a solução encontrada pela petrolífera portuguesa para responder à crise instalada com a polémica com Filipe Silva que culminou na sua demissão por “razões familiares”.
Já o nome definitivo será encontrado através de um processo de recrutamento lançado tanto a nível nacional como internacional, sendo de prever alguma demora até ser encontrado o nome certo para a companhia, apurou o Jornal Económico.
A renúncia de Filipe Silva, anunciada na terça-feira ao final do dia, tem efeitos imediatos e, segundo a empresa, a nova liderança executiva vai ser anunciada nos próximos dias.
Filipe Silva foi nomeado presidente executivo da Galp em janeiro de 2023, substituindo Andy Brown. Antes, tinha sido responsável pelo pelouro financeiro da petrolífera durante mais de 10 anos. O atual mandato terminaria no final de 2026.
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