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GamaLife quer crescer na Europa e não descarta aquisições em Portugal

Aquela que foi no passado a BES Vida, começou hoje a operar como GamaLife, um nome inspirado no descobridor português Vasco da Gama. No presente a prioridade é consolidar a posição no mercado português onde a companhia tem 10% da quota de mercado do ramo vida. Mas o objetivo dos novos acionistas é transformar a GamaLife numa companhia pan-europeia.
10 Março 2020, 17h12

A GamaLife – Companhia de Seguros de Vida, começou hoje a operar mercado português. Esta nova plataforma europeia de seguros, que se vai focar no ramo vida, resulta da aquisição da GNB Seguros Vida ao Novo Banco, concluída em outubro do ano passado por 168 milhões de euros.

Segundo fonte ligada ao processo o nome GamaLife foi inspirado em Vasco da Gama e como tal sugere portugalidade e espírito conquistador do homem que descobriu o caminho marítimo para a Índia.

A companhia de seguros que tem Matteo Castelvetri como CEO do grupo, quer crescer por aquisições não só em Portugal, se surgirem oportunidades, como entrar noutros mercados europeus através de aquisições. Isto porque pretende ser uma companhia de seguros de vida pan-europeia.

No passado recente a Global Bankers Insurance, antes de ser adquirida pela gestora Apax Partners, chegou a acordar a compra da Pramerica Life Italia à Prudential Insurance International Holding,  mas as partes desfizeram depois o acordo e assim a Global Bankers desistiu da compra da Pramerica Life Itália.

O foco dos novos donos da ex-GNB Vida é Portugal. Crescer  o negócio doméstico e tornar a companhia lucrativa, uma vez que nos últimos anos registou prejuízos. Os últimos dados públicos remetem a junho de 2019, pois em outubro foi vendida à Global Bankers Insurance Group e à Apax Partners. Em junho de 2019 a GNB Vida reportou prejuízos de 21,1 milhões de euros. Em 2018 o prejuízo foi de 53,6 milhões.

Não está prevista uma reestruturação de fundo na companhia portuguesa que conta com 60 colaboradores, apurou o Jornal Económico. É também um facto que a companhia quer continuar a investir em formação e tecnologia na GamaLife. Mas não há ainda números do investimento que pretendem realizar no futuro próximo.

A sede da companhia irá manter-se no mesmo edifício onde estão vários serviços do Novo Banco, mas, segundo as nossas fontes, a mudança de instalações não é de descartar no futuro.

A companhia de seguros quer consolidar a sua posição no mercado português. Para já a GamaLife conta com a rede de balcões do Novo Banco para distribuir os seus seguros, por conta de um acordo que o banco anunciou ser de 20 anos. São 401 balcões e um milhão de clientes, o que dá uma quota de mercado à ex-GNB Vida de 10%. A companhia está em 4º lugar no ranking das seguradoras vida. Esta parceria é exclusiva e tem incentivos partilhados. A GamaLife  não vai usar outra rede de distribuição para além dos balcões do Novo Banco, para já.

A GamaLife tem neste momento na administração Frank Andreas Ehmer, Andrew Daniel Waidhofer, e Alistair Wallace Bell, para além de Matteo Castelvetri. Mas no futuro, à medida que o negócio crescer, admitem recrutar gestores portugueses, revelam as nossas fontes.

No futuro também a GamaLife poderá vir a ser cotada, segundo revelaram fontes ao Jornal Económico.

O mercado dos seguros de vida atua num ambiente económico muito desafiante devido às baixas taxas de juro e aos altos custos regulatórios. A agravar o contexto está agora o fantasma do Covid-19 que ameaça provocar uma recessão global e assim perpetuar o ambiente das taxas de juro negativa. É nesse contexto desafiante que nasce hoje a GamaLife.

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