[weglot_switcher]

Portugal começa a receber mais gás dos EUA este ano: suficiente para abastecer 25% do consumo

Entregas arrancam na segunda metade do ano.
13 Fevereiro 2023, 17h19

Portugal vai começar a receber mais gás natural dos EUA este ano, o suficiente para abastecer um quarto do consumo nacional anualmente.

Este gás diz respeito a um contrato assinado pela Galp em 2018 com a norte-americana Venture Global com a duração de 20 anos.

As entregas arrancam na segunda metade de 2023 e vão ter origem no centro de gás natural de Henry Hub no estado norte-americano do Lousiana.

“O trading europeu de gás deve voltar a contribuir positivamente para a Galp em 2023 e também com o apoio do gás dos EUA, mais tarde em 2023″, disse hoje o presidente executivo da Galp num vídeo onde apresenta os resultados da empresa.

Este contrato implica o fornecimento de 15 Terawatts-hora (TWh) por ano, o equivalente a um quarto dos 62 Terawatts-hora de gás consumidos no país em 2022.

“Tivemos alguns ventos adversos na nossa atividade de abastecimento de gás para a Europa e, ao contrário dos nossos concorrentes, a Galp não produz muito gás e tivemos de comprar a maioria a terceiros e estes tiveram as suas restrições. Enquanto outros tiveram resultados recorde no gás em 2022, a Galp perdeu dinheiro. Isto vai mudar em 2023”, garantiu Filipe Silva no vídeo divulgado esta segunda-feira.

A EDP é outra das empresas que compra gás norte-americano: um total de 9,8 TWH por ano, fruto do seu contrato com a Cheniere, assinado em 2014. O contrato prevê o abastecimento por 20 anos e as entregas arrancaram em 2020, a partir do centro de Corpus Christi, no estado de Texas.

Portugal importou um total de 5,9 milhões de metros cúbicos normais (Nm3) em 2022 de gás natural: a Nigéria foi a maior fornecedora com 2,75 milhões de NM3, seguida dos EUA com 1,9 milhões, e de Espanha com 494 mil. Segue-se Trinidad e Tobago (360 mil), a Rússia (281 mil) e a Guiné Equatorial.

De onde é que vem todo este gás americano? A maioria tem origem em explorações de gás de xisto, uma técnica de extração conhecida por fracking. Em 2021, o gás de xisto pesou 80% no produção total de petróleo nos EUA; segundo dados da governo norte-americano.

A Galp tinha como fornecedores principais a Argélia e a Nigéria. O primeiro falhou as entregas em 2022, por um dos gasodutos que vem para a Europa ter sido interrompido pelas autoridades marroquinas. No segundo caso, a Nigéria enfrentou vários problemas no Delta do Níger ao longo do ano de 2022, incluindo cheias que provocaram a falha de entregas.

Em dezembro, a Galp anunciou um outro contrato de 20 anos, mas com a empresa norte-americana NextDecade Corporation para a compra de gás natural. O contrato prevê a entrega de um milhão de toneladas de gás natural liquefeito (GNL) por ano a partir de 2027.

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.