O gasoduto de hidrogénio verde com Espanha só deve avançar se o projeto tiver financiamento europeu, defende a Confederação Empresarial de Portugal (CIP).
“A preparação das redes e de outras infraestruturas de hidrogénio deve ser comparticipada por fundos de apoio para melhor preservar a competitividade. O projeto tripartido entre Portugal-Espanha-França deverá aguardar” por ser declarado “projeto de interesse comum”. Se não acontecer, “o projeto deverá ser suspenso”, aguardando “condições de viabilidade evidentes”, segundo Armindo Monteiro, presidente da CIP, em discurso durante o Fórum Portugal-Espanha para a Descarbonização que teve hoje lugar em Espanha.
O projeto tripartido inclui o gasoduto para transportar hidrogénio verde entre Portugal e Espanha, e também o cabo submarino para transportar hidrogénio verde entre Barcelona e Marselha, projeto conhecido por BarMar.
As contas foram feitas em maio pela REN – Rede Energética Nacional que concluiu que a inteligação entre Celorico da Beira e Zamora (CelZA) tem um custo total de 204 milhões, mas adaptar o resto da rede para que este hidrogénio chegue à raia tem um custo adicional de 210 milhões de euros, com este projeto a ser conhecido por Eixo H2 (Cantanhede-Figueira da Foz e Cantanhede-Mangualde-Celorico da Beira-Monforte).
O valor fica acima dos 300-350 milhões de euros que já tinham sido apresentados pelo Governo, ainda durante o tempo de João Galamba como secretário de Estado da Energia.
A construção deste projeto teria lugar entre 2024 e 2029 com a entrada em operação ter lugar no final de 2029.
No seu discurso, o líder da CPI destacou que as “fracas interligações ibéricas com a Europa” representam “custos gravosos” que “afetam a competitividade” das empresas portuguesas e espanholas, causando um “isolamento energético”.
Armindo Monteiro destacou a “importância do mecanismo ibérico” que atingiu o seu objetivo de limitar o impacto do aumento do preço do gás na formação do preço da eletricidade. “É uma vitória que devemos celebrar”.
O responsável mostrou preocupação pelo aumento da “dependência energética” de Portugal fac ao exterior que “aumentou nos últimos anos”, com 70% de toda a energia a ser comprada ao exterior (este valor inclui também o petróleo e produtos petrolíferos).
Defendeu, por isso, a “aposta nos recursos endógenos”, como as energias renováveis.
Mas recordou que o país está dependente das compras de eletricidade a Espanha, dando o exemplo do peso das importações de 24 a 29 de julho, “dois dias quentes”, com as importações a pesarem 50% no consumo de eletricidade.
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