[weglot_switcher]

Geringonça 2.0: quem pode vir a apoiar o novo Governo do PS?

Na agenda de António Costa, estão marcados encontros com o Livre, PAN, Verdes, PCP e Bloco de Esquerda, mas há já partidos que se mostraram indisponíveis para a formação de uma coligação partidária. Tal não significa, no entanto, que não estejam disponíveis para acordos pontuais com o PS.
  • antonio_costa_legislativas_altis_3
    Mário Cruz/Lusa
9 Outubro 2019, 07h48

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), António Costa, vai reunir-se esta quarta-feira com vários partidos para negociar as condições de governação durante a próxima legislatura. Na agenda, estão marcados encontros com o Livre, PAN, Verdes, PCP e Bloco de Esquerda, mas já há partidos que se mostraram indisponíveis para a formação de uma coligação partidária. Tal não significa, no entanto, que não estejam disponíveis para acordos pontuais com o PS.

Depois de ter sido indigitado como primeiro-ministro, António Costa vai ter um dia de reuniões longo na sede dos partidos com quem que dialogar sobre a próxima legislatura. O líder socialista considera que “os portugueses gostaram da geringonça e desejam a continuidade da atual solução política”. Com uma nuance: António Costa quer estender a ‘geringonça’ a outros partidos como o PAN e o Livre.

À saída do Palácio de Belém, onde os dez partidos que vão compor a Assembleia da República na próxima legislatura se reuniram com o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tanto o Livre, como o PAN, PEV, PCP e BE afirmaram estar disponíveis para dialogar, mas rejeitam uma coligação.

Joacine Katar Moreira, deputada eleita pelo Livre pelo círculo eleitoral de Lisboa, foi a primeira a ser ouvida por Marcelo Rebelo de Sousa e, à saída da reunião, afirmou que não é objetivo do Livre “entrar na constituição de nenhuma coligação partidária”.

“No nosso olhar, nós estamos completamente disponíveis para conversar e dialogar com os outros partidos políticos e numa eventualidade consideraríamos util e necessário que houvesse uma espécie de entendimento multilateral, que não seja algo a que, iniciado hoje, com a eleição de uma única deputada, não é o nosso objetivo entrar na constituição de nenhuma coligação partidária”, afirmou.

Também André Silva, dirigente do PAN, afirmou que “não está, à partida, disponível para coligações partidárias”, mas sublinha que isso não impede que o partido tenha “uma postura sempre pró-ativa e muito construtiva de diálogo e de pontes com o PS”. “Queremos ouvir o que o PS pretende da reunião com o PAN”, acrescentou.

Já o PEV não fecha a porta ao diálogo, desde que esteja garantida “a mesma disponibilidade e disposição para aprovar propostas que venham a promover justiça social e equilíbrio ambiental”. O PCP, parceiro de coligação do PEV nas legislativas, disse que está disponível para negociar apenas “caso a caso”, tendo em conta que não há “qualquer papel” ou compromisso escrito.

“Da nossa parte, faremos uma conjuntura diferente de há quatro anos, pautaremos a nossa intervenção por uma ideia clara de um partido que teve a votação que teve. É com esses votos que iremos reafirmar a nossa disponibilidade para procurar uma política de avanços que solidifique em relação a problemas de fundo na sociedade civil”, afirmou Jerónimo de Sousa.

O BE diz também que está disponível para negociar com o PS e, à saída do Palácio de Belém, lamentou que não haja qualquer compromisso escrito com o PS, tal como aconteceu há quatro anos. A líder bloquista disse ainda que para o BE apoiar o Governo do PS vai impor condições.

“O BE já afirmou disponibilidade para essa negociação como fizemos há quatro anos. Naturalmente que, o PS depois tem legitimidade para um Governo minoritário, que negoceie Orçamento a Orçamento, caso a caso. Não colocamos em causa essa opção”, disse a coordenadora do BE, Catarina Martins.

Par decidir como vai completar o novo puzzle político, António Costa reune-se esta manhã, às 10h00, na sede do Livre, na Praça Olegário Mariano, em Lisboa. Depois, António Costa segue para a sede do PAN, na Avenida Almirante Reis, para se reunir com André Silva, que conseguiu aumentar a representação parlamentar do PAN de um para quatro deputados. O encontro decorre por volta das 11h30.

Da parte da tarde, a delegação do PS, composta por António Costa, Carlos César, Ana Catarina Mendes e Duarte Cordeiro, segue para a sede do PCP, na rua Soeiro Pereira Gomes, onde tem reunião marcada para as 16h00. A ronda negocial termina com um encontro na sede do BE, na rua da Palma, às 18h00.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.