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Gestão privada versus Gestão pública. TAP!

Mas, sabemos no entanto, que existem áreas da nossa sociedade, por exemplo transportes, em que há valores que não podem ser ultrapassados, e falo naturalmente do tratamento que a linha aérea Lisboa Funchal tem tido por parte da TAP.
17 Abril 2018, 07h15

Numa semana em que fomos informados dos mais recentes resultados da TAP em cerca de 100 milhões de euros positivos, não posso deixar de valorizar esta notícia, não só porque será um fenómeno que poucos se recordarão da última vez em que tal sucedeu, mas também porque significará que o Estado Português, na sua parte de capital que ainda possui, sairá menos onerado deste exercício económico, o que é algo que para o contribuinte, é uma ótima notícia.

Mas, importa perceber aqui as condições em que tais resultados foram obtidos, sem dúvida que o rigor e a frieza da gestão privada muitas vezes, contribui-o em grande parte para este objetivo, sem desvalorizar a gestão pública, mas é no privado que me revejo sempre. Mas, sabemos no entanto, que existem áreas da nossa sociedade, por exemplo transportes, em que há valores que não podem ser ultrapassados, e falo naturalmente do tratamento que a linha aérea Lisboa Funchal tem tido por parte da TAP.

É público que esta rota é a mais rentável para a companhia. Se assim é, não devia essa mesma companhia ter em atenção o aspeto da continuidade territorial? Não deveria o Governo em exercício, impor essa mesma postura de mercado? Os nossos estudantes, idosos, profissionais, que se deslocam com regularidade ao Continente, têm capacidade financeira para adiantar os valores que são pedidos pela companhia? Não é seguramente a companhia que tem o dever de per si, encontrar soluções para uma questão que é Nacional, do foro governativo. Mas pode, e deve, ser parte da equação.

Como podemos voar com a TAP de Lisboa para Singapura por cerca de 500 euros, e faturam esse mesmo valor por Funchal Lisboa em determinadas alturas do ano?? Haverá quem diga, existe o subsídio de mobilidade! Mas quem são as pessoas ou agregados familiares que podem adiantar estes valores para poder chegar ao Continente? Para não falar que esse diferencial será o Estado a pagar, ou seja, todos nós novamente. Este tema tem sido amplamente falado, alvo de várias reuniões entre o Governo Regional e o da República, e aquilo que se espera, é que existam soluções concretas para um problema que se arrasta há décadas, impondo uma distância ainda maior entre quem vive no Continente e na Madeira.

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