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Goldman Sachs atrasa projeção de corte de juros nos EUA para setembro

Os sinais vindos do mercado laboral e da atividade económica nos EUA, que permanecem fortes, levam o banco de investimento a projetar um arranque das descidas de juros para setembro, por oposição à anterior expectativa de julho.
27 Maio 2024, 13h24

O Goldman Sachs projeta o primeiro corte de juros na economia norte-americana para setembro, adiando assim a previsão inicial depois de mais sinais de que o mercado laboral permanece forte, tal como a atividade. Os dados mais recentes vindos de inquéritos privados e as leituras dos pedidos de subsídios de desemprego espelham esta dinâmica, argumenta o banco.

A questão sobre quando irá a Reserva Federal cortar juros tem dominado a discussão em torno da política monetária norte-americana, sendo que os responsáveis pelo banco central têm procurado contrariar a ideia do mercado de que o arranque da normalização poderá estar para breve.

Ainda assim, Jerome Powell, presidente da instituição, reconheceu na mais recente reunião que o caminho daqui para a frente seria de compromisso, o que os analistas do Goldman interpretam como o reconhecimento de que o progresso feito na luta contra a inflação é já substancial, mas que o indicador de preços deverá permanecer acima do objetivo de 2% até ao final do ano.

Nesta linha, e considerando que haverá ainda quatro leituras da inflação (medida pelo índice de gastos pessoais de consumo, o indicador de referência da Fed na análise dos preços), valores nominais aproximando-se de 3% e de 2% para a inflação subjacente deverão inclinar os responsáveis de política monetária para um corte em julho, argumenta a nota do banco de investimento norte-americano.

Recorde-se que os juros diretores nos EUA estão entre 5,25% e 5,5%, máximos de 23 anos, face a uma inflação persistente e elevada.

Apesar destes fatores favoráveis a um corte em setembro, o Goldman continua a sublinhar que o timing é uma incógnita. Em primeiro lugar, o banco “continua a ver os cortes como opcionais, o que diminui a sua urgência; em segundo, a inflação deve melhorar bastante até setembro, mas longe de uma situação perfeita, ainda numa taxa homóloga que torna os cortes menos óbvios”; finalmente, parte dos membros da Fed continuam mais preocupados com a inflação do que com o impacto negativo da política restritiva na atividade.

Na mais recente reunião da Fed, a sexta consecutiva sem mexidas nos juros, Powell admitiu que a postura restritiva se tenha de manter durante mais tempo do que inicialmente previsto, falando numa “falta de progresso” para o objetivo de 2% no indicador de preços.

A inflação este ano voltou a subir na maior economia mundial, passando de 3,1% em janeiro em termos homólogos para 3,5% em março, antes de voltar a recuar 0,1 pontos percentuais na leitura de abril, a mais recente disponível. Já o indicador core vem descendo há mais de um ano em termos homólogos, chegando a 3,6% em abril.

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