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Goldman Sachs corta preço-alvo da EDP

Apesar da redução do preço-alvo, banco mantém a recomendação em ‘comprar’. Descida dos dos preços da eletricidade pode levar a empresa a reduzir em 30% adições anuais de capacidade face ao previsto no plano estratégico, prevê o GS.
19 Março 2024, 12h07

O Goldman Sachs (GS) cortou o preço-alvo da EDP para 4,40 euros nos próximos 12 meses, face à previsão anterior de 4,85 euros. Apesar do corte, manteve a recomendação em ‘comprar’. A EDP está hoje a cair 3,38% para 3,49 euros na bolsa de Lisboa.

O banco norte-americano está preocupado com a descida dos preços de eletricidade, o que pode levar a energética a reduzir o desenvolvimento de energias renováveis: menos 30% de adições anuais face ao plano estratégico, prevê o GS no seu cenário base.

“Acreditamos que as ações da EDP podem pausar para respirar, por três razões: (1) vemos um risco descendente de 10% no consenso da Bloomberg de EPS (earnings per share) para 2026-27, e a nossa estimativa implica quase nenhum crescimento bottom-line até 2028; (2) a queda nos preços de energia implica cash flows mais baixos e, como resultado, maior alavancagem: a EDP pode vir a recalibrar investimentos – isto pode diluir ganhos no médio prazo; (3) nas nossas estimativas para 2026, a EDP negoceia com um prémio de 14 vezes o rácio de price to earnings para o sector (12,5 vezes) e pares diretos (entre 9 vezes-13 vezes)”, pode-se ler na nota hoje divulgada a que o JE teve acesso.

“Esperamos lucros sólidos para 2024 – com hedges atrativos, boa produção hídrica e margens de abastecimento em expansão – acreditamos que o declínio acentuado nos preços de eletricidade e a redução em investimentos orgânicos implica mais pressão nos ganhos de médio prazo”, pode-se ler na nota, apontando que “não vemos quase nenhum crescimento do resultado líquido até 2028”.

Sobre a alavancagem da empresa, o GS aponta que “uma previsão de lucros mais baixa leva-nos a esperar alavancagem (dívida líquida /EBITDA) a atingir 4,5 vezes em 2025-28. Para apoiar o balanço, acreditamos que a EDP pode ter de abrandar o desenvolvimento eólico/solar: o nosso cenário base assume uma redução de 30% nas adições anuais de capacidade versus o plano estratégico de 2023. Isto irá reduzir o crescimento de ganhos no médio prazo”.

“Acreditamos que a ação já reflete largamente atuais ventos adversos: o nosso novo preço-alvo de 4,40 euros por ação implica uma subida de 20% face ao nível atual”, daí manter a recomendação em ‘comprar’.

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