São boas notícias no horizonte da EDP Renováveis (EDPR). O Goldman Sachs (GS) prevê que o EBITDA da elétrica pode disparar 60% no longo prazo com os planos de estímulos lançados nos EUA e na União Europeia.
“No nosso cenário base estimamos um aumento de 12% no EBITDA previsto entre 2022-2032. No nosso cenário bull, aumentaria em 18%. Adicionalmente, estimamos que o EBITDA de longo prazo da EDPR pode ser 60% superior contra as nossas estimativas atuais. Claramente, uma aceleração destas poderia requerer aumentar capital para apoiar a folha de balanço”, segundo o relatório hoje divulgado pelo GS.
Os EUA pesam 40% na atividade da EDPR, com a Europa a pesar 50%. Para o GS, o cenário é claro: “Acreditamos que a empresa iria beneficiar significativamente de qualquer aumento às energias renováveis nestas regiões, tanto quanto o IRA nos EUA como o que esperamos na Europa”.
“No nosso cenário base, a EDPR vai acelerar significativamente as adições anuais de capacidade na próxima década. Uma implementação com sucesso dos programas na Europa e nos EUA pode dobrar as adições de longo prazo versus o nosso cenário base, o que iria implicar triplicar [a capacidade] versus 2023”, afirma o GS. A EDPR conta com uma capacidade instalada atual de menos de 14 gigawatts.
O banco norte-americano espera que a EDPR, liderada por Miguel Stilwell de Andrade, feche 2023 com um EBITDA de 1,8 mil milhões de euros.
A EDP Renováveis está a recuar 0,25% para 20,13 euros na bolsa de Lisboa na manhã desta terça-feira.
A Comissão Europeia apresentou na semana passada um plano industrial verde para responder aos subsídios que os Estados Unidos da América e a China estão a dar para promover a transição energética nas suas economias.
Os países vão poder ter assim acesso aos 225 mil milhões de euros de empréstimos que ainda restam do Fundo de Recuperação pós-Covid no valor de 800 mil milhões de euros.
O novo programa é uma resposta ao pacote de ajuda de Washington à sua economia, o Inflation Reduction Act (IRA), e aos apoios por parte de Pequim à sua economia. Os 370 mil milhões de dólares de incentivos verdes nos EUA levantam receios na Europa de uma fuga tecnológica para os Estados Unidos.
O objetivo do executivo comunitário é garantir que a Europa consegue competir com os Estados Unidos da América ao nível da produção de bens para a economia verde e como centro de produção de carros elétricos para reduzir a sua dependência da China.
E como vai ser isto atingido? As regras para as ajudas estatais vão ser flexibilizadas para impulsionar investimentos em energias renováveis ou na descarbonização da indústria, os fundos comunitários já existentes vão ser recanalizados, projetos verdes vão ter uma aprovação mais rápida e o alcançar de acordos comerciais para obter o fornecimento de matérias-primas críticas, segundo a “Reuters”.
A proposta vai ser discutida pelo Parlamento Europeu e pelos líderes dos estados-membros em Bruxelas quando se reunirem a 9 e 10 de fevereiro.
Mas há uma questão: em parte, são os próprios países que vão subsidiar as suas empresas ou determinados projetos, o que significa que vários estados-membros não vão ter a mesma capacidade dos seus pares mais ricos, como a Alemanha ou a França.
O mercado global de bens para a economia verde vai triplicar para os 650 mil milhões de dólares até 2030, com os postos de trabalho relacionados também a dobrarem.
Com este objetivo, a Comissão Europeia vai propor o Net-Zero Industry Act que visa acelerar processos de licenciamento e a harmonização de procedimentos, assim como o Critical Raw Materials Act para promover a extração local de minério, processamento e reciclagem. Recorde-se que o bloco comunitário está muito dependente da China para minérios valiosos, incluindo o lítio, que são bens preciosos na transição energética.
Outro dos objetivos é atingir mais acordos de comércio e parcerias para tornar a cadeia de abastecimento mais resiliente e abrir mercados para bens necessários para a transição energética.
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