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“Golfe em Portugal não deve ser só um desporto para turistas”, realça golfista Pedro Figueiredo

Em entrevista ao JE, Pedro Figueiredo, jogador de golfe profissional, abordou a nova parceria estabelecida com a Vanguard Properties, lembrou o seu trajeto na modalidade mas destacou, sobretudo, o impacto que a pandemia teve para o golfe internacional.
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17 Abril 2021, 10h30

Pedro ‘Figgy’ Figueiredo, jogador profissional de golfe desde 2019, é o primeiro embaixador global da Vanguard Properties, a promotora imobiliária do projeto “Terras da Comporta”. O início da ligação entre a empresa e o jogador foi celebrado este ano. Uma parceria na qual a Vanguard Properties reforça a ligação ao desporto nacional e ao talento desportivo, como fez questão de assinalar. Pedro Figueiredo em entrevista ao JE falou sobre essa união e sobre a sua carreira.

Como surgiu esta ligação?

Isto foi, quase que diria, um casamento porque a Vanguard já tem provas dadas no que toca ao apoio ao desporto, ao talento jovem em Portugal. Tem neste momento também, em desenvolvimento, um grande projeto relacionado com o campo de golfe nas Terras da Comporta. Eu desde miúdo que passo férias na Comporta e daí também ter uma grande ligação ao local e consequentemente à Vanguard. Portanto, foi lançado este desafio para eu ser o embaixador global da Vanguard e as minhas responsabilidades enquanto embaixador, logicamente, serão tanto maiores quanto maior for o desenvolvimento da Vanguard com o golfe. Acabei por aceitar este desafio porque para mim também é importante um apoio porque permite-me focar cada vez mais em alcançar os meus objetivos profissionais e espero que seja uma relação que dure por muitos anos. Portanto, espero que 2021 seja o início dessa relação.

E que proveitos pode retirar desta parceria?

Terei muito orgulho em representar a Vanguard enquanto empresa que representa valores que admiro muito como a excelência e qualidade do seu produto. Portanto, desde aí sinto-me muito confortável em estar relacionado com a Vanguard. A minha principal função será ser o embaixador a nível internacional nos torneios que eu jogar no estrangeiro e isso depende um pouco da minha performance. Quanto melhor jogar, mais visibilidade terei… e mais visibilidade conseguirei dar à Vanguard.
Depois, em ações que a Vanguard tenha relacionadas com o golf cá em Portugal. Acho que aí também poderei dar uma ajuda bastante grande, tendo em conta que sou profissional de golfe e estou muito ligado a essa área. Passa por uma dupla ajuda no sentido de tentar dar à Vanguard visibilidade a nível internacional e depois, também, a Vanguard pode contar comigo cá dentro para o que for preciso e esteja relacionado com o golfe.

Investiu no seu percurso académico também, sem esquecer a modalidade, concluindo o curso de economia na universidade de Los Angeles nos EUA, mas a paixão pelo golfe falou sempre mais alto.

Desde muito cedo que tenho uma relação muito forte com o golfe. Eu cresci perto dum campo de golfe e desde os 6 anos que pratico a modalidade na Quinta do Perú (Azeitão) e desde cedo fiz parte das seleções nacionais. Mais tarde, aos 18 anos, recebi uma bolsa de estudo para tirar o curso de economia na universidade UCLA em Los Angeles, na qual fiz parte da equipa. Depois de acabar o curso em 2013 comecei a minha carreira de profissional de golf a nível internacional e, portanto, o golf tem me dado tudo. A minha vida tem sido sobretudo ligada ao golfe.

Tem um trajeto ascensional subindo do 3º para o 2º escalão e depois para o “European Tour” (o topo da modalidade) graças ao primeiro título internacional que ganhou e decidido na última tacada da época. Deu-lhe um gozo maior triunfar dessa forma?

Sem dúvida. Posso dizer que o que tenho alcançado até agora tem sido sempre de forma bastante esforçada. Por exemplo, a maneira como cheguei à 1ª divisão europeia foi decidida na última tacada da época e isso mostra um pouco aquilo que pode ser o golfe a nível profissional. É, portanto, um desporto de detalhes onde temos de estar ao nosso melhor nível em todas as circunstâncias e não podemos deixar escapar nada. Tem sido, de facto, um trajeto ascendente desde a 3ª divisão europeia até ao “European Tour”, que é onde me encontro, e espero daqui para a frente continuar essa ascensão e tornar-me uma referência internacional do golfe.

Que impacto teve a pandemia para a modalidade?

A nível internacional teve um grande impacto, sobretudo o ano passado porque vários torneios foram cancelados. Depois houve também o congelamento dos rankings, ou seja, os resultados, mesmo nos torneios realizados, não tiveram consequências no que diz respeito a subidas e descidas de divisão. Foi basicamente um ano “neutro”. Este ano já voltamos um pouco à normalidade em termos de resultados e rankings, mas existe uma grande diferença no que toca à logística de cada torneio porque agora jogamos à porta fechada, os jogadores estão restritos ao hotel e campo de golfe. Portanto, há aqui uma série de fatores que torna ainda mais desafiante cada torneio.

O que se pode fazer mais para elevar o nível do golfe em Portugal?

Acho que já temos grandes condições para a prática da modalidade… tem é de haver um maior incentivo para que o golf seja acessível a uma maior parte da população. Vê-se agora, por exemplo, com o Jamor, que é o primeiro campo público em Portugal gerido pela Federação Portuguesa de Golf, onde é francamente mais barato jogar nove buracos (custo de 10 euros) e por 2 euros uma pessoa consegue bater umas bolas. Acho que são iniciativas como essa que irão fazer com que o golfe se desenvolva cada vez mais em Portugal, que farão com que haja também cada vez mais jogadores portugueses e que não seja só um desporto para os turistas, como muitas vezes é visto cá em Portugal, pois temos grandes condições para que haja ótimos jogadores.

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