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“Golpe absoluto”. Portugal mais perto de ficar fora da ‘ponte aérea’ com o Reino Unido

Ao que tudo indica, terá sido o aumento do número de casos em Portugal que fez com que o Reino Unido voltasse atrás nas negociações bilaterais.
  • Eddie Keogh/REUTERS
25 Junho 2020, 18h47

Portugal pode ficar fora da ponte aérea direta com o Reino Unido, algo que está a ser encarado pelas autoridades de turismo nacionais como um “golpe absoluto”, avança o ‘The Telegraph’.

Uma correspondente britânica do ‘The Telegraph’ em Portugal afirmou que a omissão de Portugal da lista de acordos iniciais das pontes aéreas é um “golpe absoluto”, uma vez que outros países europeus estão a acolher portugueses. “É um golpe absoluto para as autoridades que cumpriram todas as regras para comercializar destinos turísticos como ‘em segurança de Covid’”, afirmou a jornalista britânica Natasha Donn, sediada no Algarve.

Ao que tudo indica, terá sido o aumento do número de casos em Portugal que fez com que o Reino Unido voltasse atrás nas negociações bilaterais. As notícias que davam conta da existência de um corredor turístico aéreo surgiram no fim de maio e abordavam o facto dos turistas, tanto britânicos como portugueses, não iriam precisar de realizar a quarentena obrigatória.

A cada ano, estima-se que perto de 2,5 milhões de turistas britânicos visitem a região algarvia.

Segundo o ‘The Telegraph’, o conselho do turismo de Portugal “ficará profundamente decepcionada”, uma vez que Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, afirmou à publicação esta semana que estava otimista que o Reino Unido pudesse permitir a entrada de cidadãos britânicos em Portugal.

França, Espanha e Itália foram os primeiros países autorizados a viajar de e para o Reino Unido, sendo que também a Turquia, Croácia e os Estados Unidos não se encontram incluídos na lista de países autorizados a viajar para o Reino Unido, à semelhança de Portugal.

A surpresa da omissão de Portugal na lista, também do lado britânico, prende-se por Portugal se ter sempre mostrado disponível a receber os turistas e cidadãos residentes na Grã-Bretanha, mesmo após a decisão final do Brexit, disponibilizando assistência médica através de um cartão de saúde europeu.

A publicação avança que a surpresa na decisão governamental se deve ao facto de Portugal ter sido “amplamente elogiado pela resposta ao coronavírus”. Portugal conta com pouco mais de 150 mortes por um milhão de residentes, ficando atrás de Espanha, que registou 606, de Itália, que contabiliza 573, ou do Reino Unido, que conta com 647.

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