Gonçalo Castro Pereira: “Vivemos num país de salários baixos e carga fiscal elevada”

Salários baixos e carga fiscal elevada são fatores que prejudicam a poupança dos portugueses e esse é um fator de preocupação para as seguradoras tendo em conta que há uma cultura de não preocupação com o futuro das nossas pensões. A reflexão foi deixada por Gonçalo Castro Pereira, vice-presidente da GamaLife na conferência do JE sobre o futuro dos seguros.

Esta quarta-feira, 16 de julho, o JE promove um encontro, no Hotel Intercontinental, em Lisboa para discutir a perspetiva de evolução no setor dos seguros. O mote é a incerteza e como a partir desta se olha para o futuro, tendo em conta particularmente a evolução demográfica e o desenvolvimento tecnológico. O que esperamos agora, o que podemos esperar no futuro.

“Há uma cultura de não preocupação com o futuro porque o Estado vai prover. E isso não é bem real. Há uma falta de disponibilidade financeira para começar a poupança porque vivemos num país de salários baixos e carga fiscal elevada, não há proporcionalidade”, começou por realçar o vice-presidente da seguradora.

No entanto, este responsável destaca que “é possível começar a poupar com 25 euros por mês e à medida que se for evoluindo no salário e no mercado de trabalho, vai reforçando essa aposta. Tudo é possível cada um na sua proporção”.

Sobre as tendências em torno do setor dos seguros, Gonçalo Castro Pereira elege o seguro de saúde como o mais tangível nessa avaliação: “O seguro de saúde é o mais tangível de todos. É importante perceber como vamos enfrentar este tema dos seguros de saúde e como é que vão evoluir. As seguradoras têm que integrar tudo isto”.

Sobre casos de sucesso europeus ao nível da poupança, este responsável destacou que “há sempre uma tentativa de fomentar a poupança através de um incentivo fiscal, algo com muito sucesso em Itália” mas “se os governantes não inserirem este tema, é difícil: Governos têm abertura para diálogo mas não para a execução”.